Nicholas
Sparks, Thalita Rebouças e Carolina Munhóz reuniram milhares de fãs em
tarde que recebeu ainda Laurentino Gomes e Matthew Quick
A juventude
leitora foi o maior destaque do primeiro sábado da XVI Bienal do Livro
Rio. Já no começo da manhã, mais de mil fãs aguardavam pela chegada do
romancista Nicholas Sparks, um dos autores mais
lidos no mundo. O encontro, no Auditório Rachel de Queiroz, previsto
para durar entre 12h e 14h, começou antes do horário marcado e se
estendeu até o fim da tarde. Em um clima de beatlemania, cerca de dois
mil leitores saíram do Riocentro com autógrafos em
exemplares de best-sellers como “Noites de tormenta”, “A última
música”, “Querido John” e “Diário de uma paixão”. Sparks fez questão de
atender a todos, respondendo sempre com um “obrigado”, em português.
“Ele é perfeito, é muito lindo. A
mulher dele deve ser a mais amada do mundo, já que seus livros são tão
românticos”, disse a estudante Maria Eduarda Souza, de 15 anos, que veio
da cidade de Valença apenas para conhecer o
ídolo. Também bastante emocionada, Bruna Cândida, de 25 anos, trouxe na
mochila todos os livros do autor. “Sou muito apaixonada por ele.
Acordei às 4 da manhã para encontrá-lo”, disse.
Além dos jovens, todos os públicos da
Bienal foram contemplados neste sábado, com participações de nomes como
Laurentino Gomes e Matthew Quick. Desde a
quinta-feira de abertura (29/08/13), mais de 140 mil pessoas passaram pelo Riocentro. A Bienal
do Livro Rio vai até 8 de setembro.
Ilustração, questões humanas e História
No Café Literário, a ilustradora
alemã Julia Friese - parte da delegação do país homenageado desta edição
-, a ilustradora brasileira Graça Lima e o escritor angolano Ondjaki se
reuniram na mesa “Contar-mostrar uma história:
assim nasce uma criança”, para falar ao público sobre suas trajetórias
profissionais. No encontro, foram debatidos temas como o diálogo entre
textos e imagens nos livros infantis e a relação entre autores e
editores do setor. Os autores explicaram também suas
técnicas e metodologias de trabalho. O debate foi mediado pela
jornalista e tradutora Christine Röhrig.
“A parceria entre escritores e
ilustradores muitas vezes se dá pela editora. Ela precisa ter um
portfólio de ilustradores e saber qual deles tem o perfil da história.
Mas deve haver um equilíbrio nesse casamento”, ressalta
Graça Lima. “Ainda não tive problemas graves com os ilustradores e
nunca achei que a ilustração fosse um mero adereço. É muito interessante
quando começamos juntos a desenvolver uma ideia e vamos conversando,
conversando”, afirma Ondjaki.
Em seguida, o Café Literário promoveu
encontro entre o americano Matthew Quick - autor do sucesso "O lado bom
da vida", que virou filme e recebeu oito indicações ao Oscar de 2012 - e
os brasileiros Flavio Carneiro e Socorro
Acioli, autores de livros que transitam entre os universos adulto e
juvenil.
Sobre a tecnologia que aproxima
escritor e leitor, Matthew afirmou: “O ofício do escritor é muito
solitário, então gosto muito desse contato com o leitor, percebo que as
pessoas entenderam o que eu escrevi.” Socorro complementou
dizendo está sempre de olho no Facebook e no Twitter, e gosta de
acompanhar os blogs literários. “Sou fã dessa turma, são meninas e
meninos que leem uma quantidade absurda de livros e que nos dão um
retorno sobre o nosso trabalho”.
Abordado sobre o início da carreira,
Matthew contou que estava infeliz com a vida de professor e decidiu
largar tudo para se dedicar à carreira de escritor. “Quando escrevi “O
lado bom da vida” queria me salvar, estava deprimido”,
disse. Para ele, “quando o leitor procura um livro está sempre buscando
por questões humanas".
O Café Literário também lotou para
receber os escritores Laurentino Gomes - da trilogia “1808”, “1822” e
“1889” - e Mary del Priore - do recém-lançado “Castelo de papel” - para a
mesa “Fatos lendas e personagens da história
brasileira”. Baseados em informações encontradas em correspondências
familiares, os autores recuperam em suas obras parte da história do
Brasil.
“Por meio das pesquisas em documentos
oficiais e cartas da época pude construir os personagens históricos em
suas intimidades. As cartas familiares são sensacionais. Lendo esses
documentos descobri até que D. Pedro usava dentadura”,
brincou Mary del Priore.
Segundo Laurentino Gomes, o misto de
fatos históricos e acontecimentos íntimos de personagens do passado
desperta o interesse do leitor. “Bebo da fonte dos historiadores, que
fornece muitos detalhes importantes. No entanto,
como jornalista, tenho que ser um abridor de portas e fazer com que as
pessoas se interessem pela história do país. Os detalhes cotidianos
fazem com que o leitor retenha os dados”, afirma.
Escritoras e fadas
Os jovens prestigiaram também o #acampamento na bienal, que recebeu a escritora e jornalista
Carolina Munhóz, que chegou ao espaço com muita simpatia para um
bate-papo sobre “Historias de fada para quem vive na selva
pedra”. Ela conta que decidiu se tornar escritora em um período de
dificuldades e depressão, quando teve um sonho revelador com uma fada, a
inspiração para seu primeiro livro, “A fada”, pelo qual, aos 16 anos,
recebeu o Prêmio Jovem Brasileiro.
No Auditório Mário de Andrade, mais
de 500 crianças e adolescentes disputaram as 340 senhas para o encontro
entre a escritora Thalita Rebouças e o cartunista Mauricio de Sousa.
“Não acredito que vou ver a Thalita de perto”,
comemorava uma jovem na entrada do auditório. Durante o encontro, os
autores falaram sobre a parceria que resultou no livro “Ela disse, ele
disse: o namoro”, lançado nesta Bienal. Com ilustrações de Maurício, o
livro mostra os personagens da Turma da Mônica,
agora adolescentes, lendo o desenrolar da história de amor entre Leo e
Rosa, personagens do livro “Ela disse, ele disse”, de Thalita. “Nossa
parceria não poderia ter sido mais simples. Eu escrevia e mandava para o
Maurício. Ele ilustrava e eu amava tudo o
que ele fazia”, disparou a autora.
E Emily Giffin fez a felicidade dos
fãs que lotaram o auditório Mário de Andrade, por volta das 15h, durante
sessão do Encontro com Autores. Esbanjando simpatia, a autora de
“Presentes da vida” e “Uma prova de amor” - seu
romance mais recente - respondeu a todas as perguntas da plateia,
formada predominantemente por adolescentes. Quando indagada pela
mediadora Sonia Biondo sobre a dificuldade de escrever sobre pessoas de
personalidades tão diferentes da sua, Emily afirmou que,
por maiores que sejam as diferenças, ela sempre busca algo em comum
para se conectar às suas personagens. E ainda revelou em primeira mão na
Bienal do Livro o título de seu novo livro: “Faltam apenas seis
horinhas para eu terminá-lo. Ainda não sei quando será
o lançamento, mas se chamará “The one and only” (título em inglês). Meu
marido adorou, mas ele tem obrigação de gostar”, brincou.
Gols da rodada literária
Ainda na tarde de sábado, os
jornalistas Flávio Carneiro e Marlos Bittencourt se encontraram no
Placar Literário para falar da relação entre futebol e literatura.
Mediado por Luiz Pimentel, o debate intitulado “Gol de letra:
crônica e romance” juntou vários amantes do esporte e da escrita. “Em
ambos prevalece o imponderável onde a interpretação é bastante
importante”, defendeu Carneiro, autor do livro de crônicas “Passe de
letra”. Para Bittencourt, autor do romance “Escravos do
Jogo”, há uma grave escassez de obras que misturem o esporte mais amado
no país com a literatura.
As fotos da Bienal estão disponíveis, em alta resolução, no Flickr.
Os patrocinadores
O evento tem como patrocinadores
másters a CCR, o Grupo Bradesco Seguros e a Petrobras, contando com o
apoio cultural do BNDES. A Light patrocina a visitação escolar; a
Supergasbras, o Placar Literário; a Secretaria Municipal
de Cultura, o #acampamento na bienal; a Submarino, o e-commerce; o Iba,
o Café Literário; e os Correios patrocinam a operação logística. A Rede
D’OR é responsável pelo serviço médico do evento.
O evento também conta com a
realização do Ministério da Cultura através da Lei Federal de Incentivo à
Cultura e com o patrocínio do Governo do Rio de Janeiro, através da
Secretaria de Estado de Cultura, pela Lei estadual de
Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro.
Os organizadores
Com escritórios no Rio de Janeiro,
São Paulo, Minas Gerais e Bahia, a Fagga l GL events exhibitions é uma
das maiores empresas em promoção e organização de feiras do país,
responsável pela realização de mais de 20 eventos
anuais. Subsidiária do grupo GL events Brasil, operação brasileira de
um dos maiores grupos do setor de eventos do mundo - a francesa GL
events - a Fagga soma mais de meio século de experiência.
O SNEL (Sindicato Nacional dos
Editores de Livros) é uma sociedade civil que tem como objetivo o estudo
e a coordenação das atividades editoriais no Brasil, assim como a
representação legal da categoria de editores de livros
e publicações culturais. Sua missão é dar suporte à classe nas áreas de
direitos autorais, biblioteconomia, trabalhista, contábil e fiscal. A
atual presidente do SNEL é Sonia Jardim, que também é vice-presidente de
operações do Grupo Editorial Record.
fonte: assessoria de imprensa
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