sábado, 8 de outubro de 2011

AS LIÇÕES DE MESTRE OOGWAY

Quem assistiu à animação Kung Fu Panda, da Dreamworks, deve lembrar de uma tartaruga anciã, de ar bondoso, olhos cansados e jeito manso, que é uma de suas personagens marcantes: Mestre Oogway.

A filosofia desse velho mestre fica evidente em dois de seus ensinamentos: o primeiro, não existem coincidências, obriga-nos a uma atenta releitura de nossa jornada e a aceitarmos os acontecimentos com naturalidade, não apatia. Não se trata de deixarmos as coisas ao sabor do vento ou de negligenciarmos o passado - porque não podemos mudá-lo, mas compreendermos holisticamente que há uma força sobrenatural, acima da nossa míope visão, a orquestrar os nossos passos, as nossas decisões. Basta que olhemos para tudo o que está ao nosso redor. O que somos hoje é resultado das nossas escolhas, das nossas experiências, das nossas trocas; se escolhemos bem, se escolhemos mal, arcaremos com o ônus da escolha.

Buscamos soluções para o que a vida nos oferece, mas tendemos a enxergar os problemas como ameaças e, erroneamente, a achar que o poço do sofrimento não tem fundo. Mergulhamos de cabeça no (nosso) abandono e tentamos entender o porquê de tudo. Isso não nos cabe, nem o momento. Só adiante, essa força extraordinária, a que chamamos Deus, coloca à nossa frente a resposta: uma pessoa, uma razão. O tempo é o melhor remédio, dizia vovó.

Devemos estender um olhar carinhoso sobre a nossa história de vida, rica em sentimentos, emoções e experiências, para seguirmos em frente. É o que nos engrandece e nos impele à mudança. Um aprendizado.  Afinal, aquele que não muda COM a mudança, será mudado POR esta. Eis, a propósito, a correlação com o segundo ensinamento de Oogway: O passado é história; o futuro é um mistério; e o presente é uma dádiva: por isso se chama presente.

A poesia da personagem nos faz entender o passado como uma escola incomparável; ensina-nos a mirar e a projetar o futuro com olhares cobiçosos e a convicção de dias melhores. Deixa-nos a semente a ser cuidada.  No entanto, é ao presente a que devemos atribuir maior importância. Porque problemas podem ser oportunidades e realizá-las será uma bênção.

É preciso renascer das cinzas, qual fênix, e beijar o presente com respeito, tesão e vontade.  Eu não tenho medo.

Francisco Filardi

6 comentários:

  1. Teoria interessante, Fi! Recentemente, me dei conta de que certas pessoas que surgiram em meu caminho em diferentes períodos do ano possuiam características semelhantes. Descobri que cinco delas nasceram em um mesmo período de trinta dias do ano. Se Deus insiste em colocar pessoas deste perfil em minha vida, alguma razão deve haver. PJ

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  2. Adorei, Filardi. Tudo a ver com os ensinamentos espiritualistas, budistas e de contemporâneos como Eckhart Tölle. Show! Parabéns. Mara Fabiano

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  3. a afirmativa de que não existem coincidencia corrobora para um proposito maior,que não viemos ao universo apenas cumprir tabela e ficar despercebido, de fato um mero personagem, vem demonstrar tanto conhecimento de si e do mundo que não passou despercebido em suas simples palavras

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  4. https://masticadoresbrasil.wordpress.com/2023/04/26/mestre-oogway-e-suas-licoes/

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  5. Uma grande reflexão. Eu publiquei na Masticadores, gostei muito. Tentei escrever no meu texto também publicado aqui mas deu erro. É muito grandioso fazer parte deste espaço, obrigada,

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  6. Dhiego Valentim Lofiego7 de novembro de 2024 às 00:10

    Que visão incompatibilista mais emblemática essa..

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