sábado, 29 de agosto de 2009

TRATAMENTO NATURAL NO COMBATE À RINITE E À SINUSITE


A rinite é uma patologia aguda ou crônica que se caracteriza pela inflamação da mucosa nasal. Atinge milhares de pessoas no mundo todo e incluo-me nessa estatística.

Há anos sofro com eventuais crises e os inconvenientes dessa doença que se converte em sinusite sem esforço. Sempre fui avesso a remédios, apesar do enorme desconforto do congestionamento nasal. Resistia, na medida do possível, ao uso de medicamentos indicados no trato da rinite ou sinusite, fossem estes antibióticos, anti-inflamatórios ou mesmo os descongestionantes nasais. Mas não me havia jeito. As dores nos seios nasais e paranasais, na nuca e na cabeça não me permitiam fugir desse “bombardeio” ao organismo.

Há pouco mais de um ano, porém, o quadro "Pergunte ao Dr. Oz", exibido no programa televisivo de Oprah Winfrey, esclareceu as dúvidas dos espectadores relacionadas ao tema rinite e apresentou uma forma auxiliar de prevenção e combate à doença que me interessou de imediato. O Dr. Oz perguntou à plateia quem sofria de rinite, ao que quase todos corresponderam estendendo um dos braços. Em seguida, convidou uma dessas pessoas a ir ao palco para ajudá-lo a demonstrar a maneira correta de utilizar o lota (pronuncia-se "lôta").

Lota é um recipiente em cerâmica esmaltada e refratária, com aparência de uma pequena chaleira, utilizado para a higienização das narinas. Para usá-lo, basta amornar água com um pouco de sal de cozinha e encher o recipiente com a mistura. A água morna funciona como agente vasodilatador enquanto o sal, dissociado em cloro e sódio, tem função bactericida e antisséptica. Após isso, o usuário deverá curvar o tórax para a frente e introduzir o bico do lota em uma de suas narinas. Em seguida, já respirando pela boca, basta inclinar levemente a cabeça para que a água salgada saia pela outra narina. Finalmente, é só assoar o nariz e repetir a operação iniciando com a outra narina.

O que me chamou a atenção nesse método foi o fato de ser totalmente natural, sem qualquer contraindicação e recomendado para pessoas acima dos oito anos de idade. Já conversei com alguns otorrinolaringologistas sobre o lota, que afirmaram não ter conhecimento sobre o assunto. Se os especialistas desconhecem o método, o melhor que posso fazer é afirmar, pela minha experiência pessoal que o alívio na utilização do lota é, de fato, imediato. Desde que passei a usá-lo, há pouco mais de um ano, não mais fiz uso de descongestionantes nasais. E julgo importante divulgar isso. É claro que em eventuais crises, recorro ao Claritin ou outro medicamento prescrito. Mas, felizmente, recorrer a remédios tornou-se exceção. Houve uma época em que nos meses de abril e maio eu convivia não só com a rinite e a sinusite, também com a amigdalite.

Ainda em relação ao uso do lota, recomenda-se ainda acrescentar, nos casos de rinite, duas gotas de limão, e, nos de sinusite, duas gotas de extrato de própolis. Desaconselho o própolis, devido a ardência intensa. Quanto ao uso do limão, não posso opinar. É claro que mesmo no caso de utilizar apenas água morna e sal, dependendo do grau de inflamação da mucosa haverá ardência local. Para contornar isso, basta revezar o lota de uma a outra narina e assoar o nariz em cada revezamento. Aos poucos, a ardência cederá.

No RJ, o lota pode ser encontrado na Alergo House, no Leblon (onde o adquiri), que o vende também pela internet.

Para informações detalhadas sobre a origem, os benefícios e a utilização do produto, visite a página oficial Lota.com e assista ao vídeo demonstrativo.

sábado, 8 de agosto de 2009

A VITÓRIA DE JAMES HOOK E A ESTRADA PARA O FUTURO


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A morte do cantor americano Michael Jackson nos leva a algumas linhas de reflexão sobre a relação entre pais e filhos, os fatores que influem na infância do indivíduo e seus desdobramentos na vida adulta.

Nenhum fã do cantor desconhece o fato de que desde cedo Michael e seus irmãos foram obrigados a trabalhar duro para manter fama e fortuna. Prisioneiros do próprio talento e da ambição dos pais, não tiveram infância nem adolescência. O pai, Joseph Jackson, músico e empresário, conduziu a incipiente carreira do clã sob rédea curta. Já Katherine, a mãe subserviente, jamais interveio nos assuntos da carreira ou nas surras que o marido impunha aos filhos. Quanto a esta, a motivação religiosa - talvez a ignorância – imobilizava-a, mas é provável que também ela vislumbrasse nos filhos a “mina de ouro” capaz de livrar a família das limitadas condições de vida em Gary, sua cidade natal. 
 
Externamente, seria ignorância particularizar erros e responsabilidades, porque Michael e seus irmãos foram vítimas do meio em que nasceram. O ponto crucial é que seus pais talvez desconhecessem ou desconsiderassem os efeitos que a conduta autoritária parental exerceria sobre os filhos a longo prazo. No caso específico de Michael, o medo, a ansiedade e a desconfiança, sentimentos que permearam sua trajetória pessoal e profissional, tornaram-no um adulto débil, infantilizado. Sua personalidade foi moldada pelas referências familiais e não-familiais, nas quais prevaleceu sempre o fantasma da interferência paterna.

Nossos filhos não são marionetes. Não temos o direito de mover as cordas consoante nossa vontade e dar-lhes a direção que gostaríamos de ter seguido e por esta ou aquela razão não o fizemos. Não devemos transferir para eles a responsabilidade pelos nossos fracassos ou de realizar os sonhos que não alcançamos. Devemos respeitá-los não apenas por serem nossos filhos mas por serem humanos. Únicos. E assim diferentes de nós. São pessoas com aspirações, interesses, expectativas, experiências relacionais, ambientação informacional, enfim, realidades muito distintas das vivenciadas por nós, seus pais e avôs. Também não lhes devemos impor nossas crenças; crença não é imposição: é descoberta. É o toque de Deus no coração humano. E as maneiras que Ele encontra bem como o momento para fazê-lo nos levam a outra discussão que não cabe aqui.

Qualquer que seja a natureza da relação, devemos dispor de liberdade para compreender e aceitar as diferenças individuais. Porque liberdade, assim como o respeito, é via de mão dupla. É disposição para ouvir e retribuir; compartilhar e interagir para evoluir. Se não ouvirmos nossos filhos, se não dialogarmos com eles, se não procurarmos compreendê-los e ajudá-los, se não os conquistarmos de modo a confiarem em nós como seus amigos verdadeiros e se não admitirmos que poderemos aprender com eles, estaremos impedindo que desenvolvam suas potencialidades. E uma criança tolhida em seu desenvolvimento se torna refém dos próprios medos. E serão esses os fantasmas que a assombrarão até retornarem para cobrar a conta. Alguns desses “fantasmas” são perceptíveis ainda na infância. Crianças retraídas, que demonstram desconforto na presença de adultos e dificuldades de relacionamento podem ser vítimas de pais opressores. Um exemplo sintomático observável é quando a criança olha para os pais antes de responder a qualquer pergunta feita por outro adulto, como se à espera de aprovação ou censura.

Tal assédio psicológico e moral não permite aos nossos filhos o autoconhecimento e a realização. Deixá-los à mercê da “experimentação” saudável, ainda que o resultado da experiência não lhes seja favorável, é permitir-lhes caminhar com os próprios pés. De outra forma, uma criança ou um jovem oprimido é como uma panela de pressão: ou o gás vaza ou explode a panela. Ou o filho se rebela, ou se trancafia em si mesmo (quando é vitimado pela dependência mórbida dos pais). Estes são indivíduos que, ao atingirem a idade adulta, demonstram dificuldades de desprendimento para uma vida independente e evidenciam doenças emocionais (ou somáticas) perturbadoras. 
 
Se a vida é um mar revolto, nossos filhos são embarcações frágeis; nossa missão, como pais, é revestir essas embarcações com material impermeável e ajudá-los a segurar o timão para que façam a travessia com segurança. E que material seria esse? Disciplina. Não a disciplina autoritária, dogmática, inflexível, mas o estabelecimento de limites baseados em valores morais. Devemos transmitir aos nossos filhos uma visão lúcida e honesta do que é a vida, sem excessos ou mentiras; ensiná-los que o mundo não funciona da maneira que desejamos, que há um ordenamento lógico nos acontecimentos e um mistério no inevitável. Devemos ensiná-los a ter consciência do que são, para que vivam o presente. E devemos, sobretudo, solidificar-lhes o espírito para as frustrações. Este será nosso maior desafio, porque antes de prepará-los precisaremos nos despir de nossas paixões e convicções, sejam estas sociais, morais, históricas, religiosas, culturais, filosóficas. Só assim conseguiremos estabelecer um diálogo verdadeiramente saudável com nossos filhos.

Enganam-se aqueles que pensam que a relação entre Michael Jackson e seus pais está distante da nossa realidade. A ausência de diálogo entre pais e filhos ocorre em qualquer bairro, cidade, estado ou país, em todo o planeta. E isto nos remete a duas questões: será que nós, pais, dispomos de base moral, equilíbrio emocional, estrutura psicológica, bagagem cultural e vivência para amparar nossos filhos nos momentos em que a turbulência do mar os faz perder o timão? Como poderemos auxiliar nossos filhos a planejarem a rota de suas vidas se não conseguimos planejar a nossa? Estaremos preparados?
 
Muitos pais reproduzem de modo automático os erros da própria criação e caem inocentemente na armadilha de se julgarem conhecedores do que “é melhor” para seus filhos; usam da persuasão ou da coerção para fazê-los cumprir o que planejaram, sem se importar com o que seus filhos pensam ou sentem. É líquido e certo que esse “método” produzirá efeitos colaterais, cedo ou tarde. Michael Jackson reivindicava para si as características da personagem Peter Pan, de J.M. Barrie, o menino que se recusava a crescer, numa clara alusão à infância (que não teve); contudo, esqueceu-se de que, na vida real, James Hook (o Capitão Gancho, personificação da vida adulta) SEMPRE mata Pan. 
 
O futuro é logo ali. E só poderemos pensar no futuro se hoje pavimentarmos a estrada. Se dermos motivos aos nossos filhos para que não confiem em nós, seus pais, a relação estará perdida, sem presente ou futuro, para nós e para eles.

Francisco Filardi