domingo, 2 de junho de 2013

ESPETÁCULO "AS HORAS ENTRE NÓS", CHEGA AO ESPAÇO CULTURAL MUNICIPAL SÉRGIO PORTO, NO HUMAITÁ/RJ

As Horas Entre Nós

Uma releitura da novela original ‘Mrs. Dalloway’, de Virgínia Woolf

De 08 de Junho a 15 de Julho


Mrs. Dalloway, Mrs. Dalloway, sempre dando festas 
para encobrir o silêncio!
(Virginia Woolf)



 foto: Paula Kossatz

No dia 08 de junho estreará As Horas Entre Nós, no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. O espetáculo, com direção de Joelson Gusson, é uma releitura do romance Mrs Dalloway, de Virginia Woolf, ambientada no Rio de Janeiro dos anos 70, e conta com recurso do FATE. Em cena estarão Carolina Ferman, Cris LarinCristina Flores, Joelson Gusson, Leonardo Corajo e Lucas Gouvêa

A montagem, sétimo trabalho do grupo Dragão Voador Teatro Contemporâneo, usa como pano de fundo o golpe militar no Brasil e os “anos de chumbo” para contextualizar o universo dos personagens Clarissa Dalloway e Septimus Smith. Para isso, o diretor lança mão de um profundo estudo histórico, das tendências musicais e da moda nesta releitura tropical do aclamado romance. O Brasil da Bossa Nova e do “desbunde” serve de cenário para receber estes personagens dos anos 60/70.

A concepção de "As Horas Entre Nós" surgiu de um desejo do diretor Joelson Gusson e da atriz Cristina Flores em trabalhar especificamente sobre dois personagens do romance - a principio apenas o universo de Septimus Smith e sua mulher Lucrecia seriam recriados - mas, após longos sete anos de tentativas em montar este espetáculo, o mesmo evoluiu para um conceito mais amplo e outros personagens do romance foram incorporados.

Lucas Gouvêa e Carolina Ferman/foto: Paula  Kossatz
 

SOBRE O ESPETÁCULO

Em "As Horas Entre Nós", Clarissa Dalloway (Cris Larin) é uma socialite famosa que vai dar uma festa de gala. O aparecimento de Pedro (Lucas Gouvêa), o seu primeiro amor, regressado da Europa, reaviva o passado, trazendo-lhe a memória dos frustrados sonhos de juventude que, muitos anos antes, a precipitou num casamento sem brilho. Uma mulher que amava a vida, mas que se sentia oprimida por uma sensação de perda emocional, de aperto da sua existência. 

A singularidade desta estória vem dessa espécie de duplo de Mrs. Dalloway, que é Septimus Smith (Joelson Gusson), um homem enlouquecendo com o trauma das torturas sofridas e com quem Clarissa parece partilhar uma mesma consciência. Septimus, com suas alucinações e esquizofrenia, é um importante contraponto a Clarissa: uma chaga aberta, a sua dor exposta ao mundo, o ressentimento, a sua intimidade; que ela esconde em seu silêncio e cobre-o com uma capa de falsa confiança, com suas festas.

O Romance de Virginia Woolf se passa no verão após o final da Primeira Guerra Mundial, quando tudo parecia estar dando certo – os dias claros, os soldados voltando do campo de batalha e as pessoas reconstruindo suas vidas. O que este momento de alegria escondia era justamente uma falsa segurança com relação ao momento político – os soldados retornando enlouquecidos com as atrocidades que tinham presenciado e perpetrado, uma economia de fachada que pretendia-se saudável e um império prestes a desmoronar com o advento da Segunda Guerra.

O paralelo traçado aqui, trazendo esses personagens para o Brasil dos anos 60/70, não é muito diferente. Estamos em 1978, Geisel revoga o AI5, promovendo a anistia e iniciando a “abertura lenta, gradual e segura”. Os exilados retornam, as torturas cessam(?) e a economia vai de vento em popa com o “milagre econômico”. O Brasil é o tricampeão mundial de futebol, e segue corajoso para um futuro naufrágio nos anos 80... e Clarissa Dalloway vai dar uma festa.

Durante este dia, ela recebe a visita de seu antigo namorado, Pedro, que teve que deixar o país e por quem Clarissa sempre foi apaixonada. Este encontro a desestrutura totalmente e a faz refletir sobre seu conveniente casamento com Ricardo (Leonardo Corajo), um militar de alta patente no Exército. Paralelamente, temos as figuras de Septimus e Lucrécia (Cristina Flores), um casal de amigos de Clarissa, que luta contra a esquizofrenia dele, potencializada por meses de prisão e torturas.

Ao final, durante sua glamorosa festa, Clarissa recebe a terrível noticia do suicídio de Septimus e reavalia todos os seus valores e escolhas.

O cenário 70’s, de Joelson Gusson, é composto por um enorme sofá de 16 lugares, metáfora do conforto que aprisiona. Completam a cena a luz de Paulo César Medeiros, os figurinos de Joana Lima e a direção musical de Vicente Coelho.

 Cris Larin, Leonardo Corajo, Carolina Ferman e Lucas Gouvêa 
foto:  Paula Kossatz



SINOPSE

Ambientado no Brasil dos anos 70, o romance Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf, ganha releitura com esta nova montagem do diretor Joelson Gusson. “As Horas Entre Nós” é uma peça sobre a poesia de se estar vivo e sobre o amor, diante de um quadro político tão terrível quanto foi o da ditadura militar no Brasil durante os anos de chumbo. A historia de uma vida inteira em um único dia de seus protagonistas Clarissa e Septimus.


FICHA TÉCNICA
Direção e Adaptação: Joelson Gusson
Concepção: Cristina Flores e Joelson Gusson
Dramaturgia: Diego de Angeli e Joelson Gusson
Elenco em ordem alfabética: Carolina Ferman, Cristina Flores, Cris Larin, Joelson Gusson, Leonardo Corajo e Lucas Gouvêa. Participação de Anna Mullotte (em vídeo).
Diretora Assistente: Dulce Penna de Miranda
Luz: Paulo César Medeiros
Figurinos: Joana Lima Silva
Assistência de figurino: Carolina Casarin
Cenografia: Joelson Gusson
Cenotécnico: André Salles
Trilha Sonora: Vicente Coelho e Dragão Voador
Preparação Vocal: Marly Santoro
Direção de Movimento: Paula Maracajá
Visagismo: Vanessa Andrea
Fotografia: Paula Kossatz
Roteiro Vídeo Praia: Joelson Gusson e Leonardo Corajo
Programação Visual: Balão de ensaio
Assistência de Direção e Produção: Luiz Fernando Lopes
Administrador de Temporada: Marta Vieira
Administração Financeira: Aline Carrocino (Alce Produções)
Assistência de Administração Financeira: Aline Mohamad
Assessoria de Imprensa: Daniella Cavalcanti
Assistência de Assessoria de Imprensa: Fernanda Miranda
Direção de Produção: Aline Carrocino (Alce Produções)
Produção Executiva: Igor Veloso
Realização: ARSX Produções Artísticas e Dragão Voador Teatro Contemporâneo

  foto: Paula Kossatz

SERVIÇO
Temporada: de 08 de Junho a 15 de Julho 

Local: Espaço Cultural Municipal Sergio Porto
Endereço: Rua Visconde Silva s/nº - Humaitá
Gênero: drama
Duração: 85 minutos
Horário: 
Segundas, sextas e sábados, às 21h;
domingos, às 20h
Informações: (21) 2535-3846
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) / RS 15,00 (lista amiga e meia entrada)
Bilheteria: quarta a domingo, a partir das 17h
Capacidade: 98 lugares
Classificação indicativa: 12 anos
fonte: assessoria de imprensa

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