As Horas Entre Nós
Uma releitura da novela original ‘Mrs. Dalloway’, de Virgínia Woolf
De 08 de Junho a 15 de Julho
“Mrs. Dalloway, Mrs. Dalloway, sempre dando festas
para encobrir o silêncio!”
para encobrir o silêncio!”
(Virginia Woolf)
foto: Paula Kossatz
No dia 08 de junho estreará As Horas Entre Nós, no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. O espetáculo, com direção de Joelson Gusson, é uma releitura do romance Mrs Dalloway, de Virginia Woolf, ambientada no Rio de Janeiro dos anos 70, e conta com recurso do FATE. Em cena estarão Carolina Ferman, Cris Larin, Cristina Flores, Joelson Gusson, Leonardo Corajo e Lucas Gouvêa.
A montagem, sétimo trabalho do grupo Dragão Voador Teatro Contemporâneo,
usa como pano de fundo o golpe militar no Brasil e os “anos de chumbo”
para contextualizar o universo dos personagens Clarissa Dalloway e
Septimus Smith. Para isso, o diretor lança mão de um profundo estudo
histórico, das tendências musicais e da moda nesta releitura tropical do
aclamado romance. O Brasil da Bossa Nova e do “desbunde” serve de
cenário para receber estes personagens dos anos 60/70.
A concepção de "As Horas Entre Nós"
surgiu de um desejo do diretor Joelson Gusson e da atriz Cristina
Flores em trabalhar especificamente sobre dois personagens do romance - a
principio apenas o universo de Septimus Smith e sua mulher Lucrecia
seriam recriados - mas, após longos sete anos de tentativas em montar
este espetáculo, o mesmo evoluiu para um conceito mais amplo e outros
personagens do romance foram incorporados.
Lucas Gouvêa e Carolina Ferman/foto: Paula Kossatz
SOBRE O ESPETÁCULO
Em "As Horas Entre Nós", Clarissa Dalloway (Cris Larin) é uma socialite
famosa que vai dar uma festa de gala. O aparecimento de Pedro (Lucas
Gouvêa), o seu primeiro amor, regressado da Europa, reaviva o passado,
trazendo-lhe a memória dos frustrados sonhos de juventude que, muitos
anos antes, a precipitou num casamento sem brilho. Uma mulher que amava a
vida, mas que se sentia oprimida por uma sensação de perda emocional,
de aperto da sua existência.
A singularidade desta estória vem dessa espécie de duplo de Mrs. Dalloway, que é Septimus Smith (Joelson Gusson), um homem enlouquecendo com o trauma das torturas sofridas e com quem Clarissa parece partilhar uma mesma consciência. Septimus, com suas alucinações e esquizofrenia, é um importante contraponto a Clarissa: uma chaga aberta, a sua dor exposta ao mundo, o ressentimento, a sua intimidade; que ela esconde em seu silêncio e cobre-o com uma capa de falsa confiança, com suas festas.
A singularidade desta estória vem dessa espécie de duplo de Mrs. Dalloway, que é Septimus Smith (Joelson Gusson), um homem enlouquecendo com o trauma das torturas sofridas e com quem Clarissa parece partilhar uma mesma consciência. Septimus, com suas alucinações e esquizofrenia, é um importante contraponto a Clarissa: uma chaga aberta, a sua dor exposta ao mundo, o ressentimento, a sua intimidade; que ela esconde em seu silêncio e cobre-o com uma capa de falsa confiança, com suas festas.
O
Romance de Virginia Woolf se passa no verão após o final da Primeira
Guerra Mundial, quando tudo parecia estar dando certo – os dias claros,
os soldados voltando do campo de batalha e as pessoas reconstruindo suas
vidas. O que este momento de alegria escondia era justamente uma falsa
segurança com relação ao momento político – os soldados retornando
enlouquecidos com as atrocidades que tinham presenciado e perpetrado,
uma economia de fachada que pretendia-se saudável e um império prestes a
desmoronar com o advento da Segunda Guerra.
O
paralelo traçado aqui, trazendo esses personagens para o Brasil dos
anos 60/70, não é muito diferente. Estamos em 1978, Geisel revoga o AI5,
promovendo a anistia e iniciando a “abertura lenta, gradual e segura”.
Os exilados retornam, as torturas cessam(?) e a economia vai de vento em
popa com o “milagre econômico”. O Brasil é o tricampeão mundial de
futebol, e segue corajoso para um futuro naufrágio nos anos 80... e
Clarissa Dalloway vai dar uma festa.
Durante
este dia, ela recebe a visita de seu antigo namorado, Pedro, que teve
que deixar o país e por quem Clarissa sempre foi apaixonada. Este
encontro a desestrutura totalmente e a faz refletir sobre seu
conveniente casamento com Ricardo (Leonardo Corajo), um militar de alta
patente no Exército. Paralelamente, temos as figuras de Septimus e
Lucrécia (Cristina Flores), um casal de amigos de Clarissa, que luta
contra a esquizofrenia dele, potencializada por meses de prisão e
torturas.
Ao
final, durante sua glamorosa festa, Clarissa recebe a terrível noticia
do suicídio de Septimus e reavalia todos os seus valores e escolhas.
O cenário 70’s, de Joelson Gusson, é composto por um enorme sofá de 16 lugares, metáfora do conforto que aprisiona. Completam a cena a luz de Paulo César Medeiros, os figurinos de Joana Lima e a direção musical de Vicente Coelho.
Cris Larin, Leonardo Corajo, Carolina Ferman e Lucas Gouvêa
foto: Paula Kossatz
SINOPSE
Ambientado
no Brasil dos anos 70, o romance Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf,
ganha releitura com esta nova montagem do diretor Joelson Gusson. “As Horas Entre Nós”
é uma peça sobre a poesia de se estar vivo e sobre o amor, diante de um
quadro político tão terrível quanto foi o da ditadura militar no Brasil
durante os anos de chumbo. A historia de uma vida inteira em um único
dia de seus protagonistas Clarissa e Septimus.
FICHA TÉCNICA
Direção e Adaptação: Joelson Gusson
Concepção: Cristina Flores e Joelson Gusson
Elenco em ordem alfabética: Carolina Ferman, Cristina Flores, Cris Larin, Joelson Gusson, Leonardo Corajo e Lucas Gouvêa. Participação de Anna Mullotte (em vídeo).
Diretora Assistente: Dulce Penna de Miranda
Luz: Paulo César Medeiros
Figurinos: Joana Lima Silva
Assistência de figurino: Carolina Casarin
Cenografia: Joelson Gusson
Cenotécnico: André Salles
Trilha Sonora: Vicente Coelho e Dragão Voador
Preparação Vocal: Marly Santoro
Direção de Movimento: Paula Maracajá
Visagismo: Vanessa Andrea
Fotografia: Paula Kossatz
Roteiro Vídeo Praia: Joelson Gusson e Leonardo Corajo
Programação Visual: Balão de ensaio
Assistência de Direção e Produção: Luiz Fernando Lopes
Administrador de Temporada: Marta Vieira
Administração Financeira: Aline Carrocino (Alce Produções)
Assistência de Administração Financeira: Aline Mohamad
Assessoria de Imprensa: Daniella Cavalcanti
Assistência de Assessoria de Imprensa: Fernanda Miranda
Direção de Produção: Aline Carrocino (Alce Produções)
Produção Executiva: Igor Veloso
SERVIÇO
Temporada: de 08 de Junho a 15 de Julho
Local: Espaço Cultural Municipal Sergio Porto
Endereço: Rua Visconde Silva s/nº - Humaitá
Gênero: drama
Duração: 85 minutos
Horário:
Segundas, sextas e sábados, às 21h;
domingos, às 20h
Segundas, sextas e sábados, às 21h;
domingos, às 20h
Informações: (21) 2535-3846
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) / RS 15,00 (lista amiga e meia entrada)
Bilheteria: quarta a domingo, a partir das 17h
Capacidade: 98 lugares
Classificação indicativa: 12 anos
fonte: assessoria de imprensa
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