sábado, 28 de março de 2015

INSUSTENTÁVEL (ou Poema da Separação)

  INSUSTENTÁVEL
(de Francisco Filardi)


Quem é Júlia?
O jantar está pronto?
Estou falando com você
Você insiste nas mesmas coisas
Você tem amante, eu sei
Você está imaginando coisas
Você nem olha para mim
Não vou mudar por você
Você não me dá carinho
Você fala demais
Você não me escuta
Não seja injusta
Não vai atender ao celular?
Ela é só uma amiga
Você não se enxerga
Preciso de um tempo
É cínico e egoísta
Cale a boca
Sabe que dia é hoje?
Não me encha a paciência
Não grite comigo
Quem você pensa que é?
Você nem sabe quem sou
Amo você, mas assim não dá
Deixe de ser criança
Você distorce tudo
Para você, tudo está sempre bem
Você só me causa problemas
Não tenho pena de homem
Vou beber com os amigos
Temos que discutir a relação
Estou exausto
Notou algo em mim?
Você está gorda
Aonde quer chegar?
Não temos dinheiro
Quero quem me faça feliz
Que perfume é esse?
Você só pensa em sexo
Quem é João Marcos?
A César, as contas
É para isso que eu sirvo?
Largue-me, está calor
Confiei em você
Você me deixa sozinha
Você trabalha demais
Você me ama?
Vou chegar tarde
Quero um filho seu
Vou dormir na sala
Mais um para pagar pensão
Vai madrugar na internet?
É fácil enganar um homem
Sabe há quantas noites durmo só?
Hoje, não...
Você só fala, fala
Tudo que é morno é ruim
Eu não a conheço mais
Perdi o estímulo
Eu lhe dei os meus melhores dias
Diga que me ama
Você não serve para mim
A fila anda
Odeio o seu gato
Traste ranzinza!
Vá pentear macacos
Não mereço o seu sobrenome
Sinto nojo de você
Suma daqui
O apartamento é meu
Aguarde o meu advogado
Isso é tudo?
Suas malas estão prontas
Eu a odeio
Foi bom para você?

(finalizado em 28/03/2015)