O AUTO DA COMPADECIDA
Indicado ao Prêmio Shell de Melhor Figurino de 2012
atores: Daniel Dalcin e Gláucia Rodrigues - foto: Eduardo Amayo
A nova montagem da peça O Auto da Compadecida,
que está em cartaz desde abril 2012, retoma a temporada no dia 21 de junho,
no TEATRO IPANEMA. A iniciativa é da Cia. Limite 151, que já havia
produzido espetáculo com outro texto do autor, O Santo e a Porca
(direção de João Fonseca), sucesso de público e crítica, aplaudido
pessoalmente por Suassuna. Com um elenco formado por 12 atores, entre
eles Gláucia Rodrigues, Daniel Dalcin, Edmundo Lippi, Jacqueline
Brandão e Janaína Prado, direção de Sidnei Cruz, a peça foi Indicada ao
Prêmio Shell de Melhor Figurino de 2012.
A
peça narra as aventuras de João Grilo, um sertanejo pobre e mentiroso, e
Chicó, o mais covarde dos homens. Ambos lutam pelo pão de cada dia e
atravessam vários episódios enganando as pessoas da pequena cidade em
que vivem, até atraírem, por meio de suas confusões, a ira do temido cangaceiro Severino de Aracaju.
A
história serve como pano de fundo para mostrar os sérios problemas do Nordeste brasileiro, como o coronelismo e a pobreza
extrema em que vivem os nordestinos, assim como várias figuras populares
na região, a exemplo do cangaceiro. Esta peça projetou Suassuna em todo o país
e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi como "o texto mais
popular do moderno teatro brasileiro".
O
espetáculo dirigido por Sidnei Cruz potencializa as linhas matriciais
contidas na dramaturgia de Ariano Suassuna. O espaço cênico lembra um
picadeiro de circo, e o jogo de cena dos atores é inspirado
nos brincantes dos folguedos populares.
As embrulhadas de João Grilo
(Gláucia Rodrigues), sempre acompanhado pelo fiel escudeiro Chicó
(Gabriel Naegele), o levam ao céu para enfrentar o juízo final, onde o
diabo faz de tudo para pegá-lo e ele faz de tudo para escapar, para
tanto conta com a preciosa colaboração da Compadecida.
As peripécias são
narradas e pontuadas por palhaços e caretas que aparecem em diversas
situações em forma de coro ou jogral. A comicidade popular e irreverente
dos autos populares nordestinos e do teatro de mamulengos são as
referências para o ritmo, a movimentação e os desenhos coreográficos da
encenação. Pequenas arquibancadas móveis, cortinas, figurinos coloridos e
rústicos dão o tom carnavalizado de comicidade bruta de feira e praça
pública.
Famosa
pela montagem de clássicos, a Cia Limite 151 completou 30 anos em 2011
e, dois anos antes levou aos palcos outro texto de Suassuna, O Santo e A
Porca, que, além de lhe render sucesso de público e crítica, ganhou
vários prêmios.
Na ocasião, Gláucia Rodrigues, uma das fundadoras da
Cia, foi indicada ao prêmio Shell por sua interpretação da criada
Caroba. Desta vez, Gláucia vai enfrentar um desafio ainda maior. Vai dar
vida a João Grilo, protagonista do espetáculo.
Eu não ia participar
dessa montagem. Fiquei durante dois anos viajando com O Santo e A Porca
pelo país afora e confesso que estava pensando em tirar férias. Além
disso, nenhum dos personagens femininos do espetáculo me estimulava. Foi
quando o Edmundo Lippi e o Wagner Campos, que são os outros fundadores
da Cia, me perguntaram se eu não toparia fazer o João Grilo. Aí sim,
virou desafio. Esse era o combustível que eu estava precisando para
voltar ao palco, conta Gláucia, que já fez outro personagem masculino,
Scapino de Molière.
Para o diretor, a ideia de escolher Gláucia para
interpretar João Grilo foi uma “sacada” muito feliz dos
dois, pois Glaucia já vinha de uma experiência anterior compondo
personagens masculinos. Aliás, grandes atrizes sempre escolhem esse
caminho em vários momentos de suas carreiras. Ela, Glaucia, está
construindo um João Grilo universal - e, ao mesmo tempo,
particularíssimo - estruturado em suas ações arquetípicas, revelando o
estado físico e a mentalidade de um tipo brasileiro, esperto, malandro,
sem caráter, palhaço, pobre, astuto e criativo, garante Cruz, que já
dirigiu a Cia Limite 151 em A Moratória, de Jorge Andrade; O Olho Azul da
Falecida, de Joe Orton; Os Contos de Canterbury, de Geoffrey Chaucer e
fez a adaptação do Frankenstein, de Mary Shelley.
O
parceiro inseparável de João Grilo é o atrapalhado Chicó, que ganhar
vida na interpretação do ator Daniel Dalcin, em seu primeiro trabalho com a
Cia e também participa do elenco de O Santo e A Porca. “Ariano
Suassuna é um dos maiores pensadores, educadores, teatrólogos que o
Brasil tem. E eu, com tão pouco tempo de carreira, sou um privilegiado
por participar de duas montagens vez de uma montagens do autor. Me
considero muito sortudo!, diz o ator.
atores: Gláucia Rodrigues e Luiz Machado - foto: Guga Melgar
FICHA TÉCNICA
Elenco: Gláucia
Rodrigues, Daniel Dalcin, Edmundo Lippi, Jacqueline Brandão, Janaína
Prado, Alexandre Mofati, Robson Santos, Arnaldo Marques, Bruno Ganem,
Renato Perez, André Frazzi e Luiz Machado.
Direção: Sidnei Cruz
Cenário: José Dias
Figurinos: Samuel Abrantes
Iluminação: Aurélio De Simoni
Direção musical: Wagner Campos
Programação visual: João Guedes
Fotos: Guga Melgar
Assessoria de imprensa: Ana Gaio
SERVIÇO
TEATRO IPANEMA
Rua Prudente de Moraes, 824 – Ipanema/RJ
Informações: (21)2267-3750
Horário: 6ª e Sábado às 21hs e Domingo às 19hs
Ingressos: R$ 40,00
Até dia 04 de agosto
fonte: assessoria de imprensa
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