quinta-feira, 9 de maio de 2013

ADAPTAÇÃO INÉDITA, BASEADA NA COMÉDIA DE OSCAR WILDE, ESTRARÁ NA CAIXA CULTURAL RIO

A Importância de ser Perfeito

atores:João Pedro Zappa e Leandro Soares
foto: Dalton Valério
   
A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta, de 16 de maio a 2 de junho, a peça A importância de ser Perfeito, que aborda temas como o casamento, aparências, verdades e mentiras. A montagem, com direção Daniel Herz, transporta toda a ação do espetáculo da Londres vitoriana para os dias atuais, no Brasil, com a adaptação da famosa comédia de Oscar Wilde, The importance of being Earnest. O projeto tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.

O espetáculo narra a história de José Dourado, um homem que usa uma identidade dupla para poder se divertir sem comprometer sua imagem de rico herdeiro e acionista das telecomunicações. Seu melhor amigo, Agenor Nabuco, se vale disso para invadir a fazenda de José e, então, conhecer a sedutora Cecília Feijó, sobrinha de consideração do amigo. Agenor é primo de Patrícia Lobato, por quem José está apaixonado, mas Tia Augusta, mãe de Patrícia, é contra o relacionamento. Impedimentos amorosos também serão impostos à governanta Dona Glorinha e ao pastor Saulo Malaquias. Então uma trama do passado vem à tona para mudar o rumo das personagens na história.

A montagem foi idealizada por Leandro Soares e pelo ColetivoAchadoNumaMala. Na peça, os papéis femininos são desempenhados por atores homens do coletivo e mais três atores da Companhia Atores de Laura. Essa concepção de androginia, que a direção incorporou ao trabalho, ganha forma e cor nos figurinos, nos quais elementos masculinos e femininos coexistem e se misturam. A música é tocada ao vivo pelos próprios atores, que também são músicos, em sua maioria.

A opção por homens em papéis femininos foi inspirada no ensaio O epiceno inglês – The importance of being Earnest, de Wilde, da professora e ensaísta americana Camille Paglia, publicado em seu livro Personas Sexuais, de 1990. O artigo levanta um olhar crítico sobre a androginia dos personagens e tornou-se a principal base teórica na criação do espetáculo.


Ficha Técnica

Texto: Oscar Wilde
Tradução e Adaptação: Leandro Soares
Direção: Daniel Herz
Assistência de Direção: Maria Eduarda Machado
Realização: Auch Produções, Nevaxca Produções e Pantaleão Produções Artísticas
Direção de Produção: Tárik Puggina
Produção Executiva: Luísa Barros
Idealização: ColetivoAchadoNumaMala

Elenco: Leandro Castilho (José Dourado); Leandro Soares (Agenor); George Sauma (Patrícia); João Pedro Zappa (Cecília); Anderson Mello (Tia Augusta); Márcio Fonseca (Dona Glorinha), Pedro Tomé (Pastor Saulo) e Samuel Toledo (Felício e Ruas)
Figurinos: Thanara Schonardie
Cenário: Nello Marrese
Iluminação: Aurélio de Simoni
Música original e direção musical: Leandro Castilho
Fotografia: Dalton Valério
Programação Visual: André Vants
Patrocínio: Caixa Econômica Federal e Governo Federal

Serviço

A importância de ser Perfeito

Gênero: Comédia
Duração: 100 minutos
Data: de 16 de maio a 2 de junho de 2013 (quinta-feira a domingo)
Horário: 19h
Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Teatro de Arena
Endereço: Av. Almirante Barroso, 25 – Centro (Metrô: Estação Carioca)
Informações: (21) 3980-3815

Ingresso: R$ 20,00 (inteira) R$ 10,00 (meia). Além dos casos previstos em lei, clientes CAIXA pagam meia.
Bilheteria: de terça-feira a domingo, das 10h às 20h
Capacidade: 176 lugares (4 para cadeirantes)
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de14 anos
Acesso para pessoas com deficiência
Programação: CAIXA Cultural 



Currículos

Daniel Herz
Diretor artístico da Companhia de Teatro Atores de Laura, fundada em 1992. É também diretor do Teatro Miguel Falabella desde 2000. Seus trabalhos de destaque foram: “Romeu e Isolda” (Prêmio Coca- Cola, 1996), “Decote” (Prêmio Coca-Cola, 1997), “A Flauta Mágica” (Prêmio Coca-Cola, 2000), “As Artimanhas de Scapino” (Prêmio Qualidade BR, 2002), “O Barbeiro de Ervilha”, (Indicação ao Prêmio Zilka Salaberry), “O Filho Eterno” (Prêmio Shell, 2011), “Adultério” (indicação ao Prêmio Shell, 2011). É professor de teatro na Casa de Cultura Laura Alvim onde ministra aulas tanto para grupos iniciantes como também treinamento para atores profissionais.

George Sauma
Ator e músico, iniciou sua seus estudos no Tablado, com Cacá Mourthé, Johayne Idelfonso, Bernardo Jablonski e Hamilton Vaz Pereira. Participou do workshop de Cacilda!! com José Celso Martinez Corrêa. Em teatro, atuou em “O Rapto das Cebolinhas”, “O Dragão Verde”, “O Patinho Feio”, “O Auto da Compadecida”, “Valentin”, “Cordélia Brasil”, “Outside”, “A Menina e o Vento”. Em cinema, nos longas “O Maior Amor do Mundo”, “Podecrer!” e “O Homem do Futuro”. Em televisão, estreou no elenco fixo do humorístico “Toma Lá Dá Cá”, de Miguel Falabella. Recentemente integrou o elenco da novela “Lado a Lado”, de João Ximenes Braga, com direção de Dennis Carvalho. Faz parte da banda Choque do Magriça, na qual é compositor, vocalista e pianista.

João Pedro Zappa
Ator, cursa o Bacharelado em Teatro do Centro Universitário da Cidade. Protagonizou o infantil “Um Garoto Chamado Rorbeto”, de Gabriel o Pensador, e o espetáculo “Fevereiro 29”. Atuou em “O Diário de Anne Frank”, dirigido por Robert Castle. Na televisão integrou o elenco principal de “Cinquentinha”, minissérie de Aguinaldo Silva, com direção de Wolf Maya. Integrou o elenco fixo de “A Turma do Pererê”, na TV Brasil. Em cinema, atuou nos curtas “Vampiro do Meio-Dia”, “Handball”, “Mortos-Vivos”, “Enquanto Isso”; e nos longas “Disparos”, “Desassossego”, “Éden”, e “Ressaca” (Prêmio de Melhor Ator - Festival Cine-esquema- novo). Recentemente esteve em cartaz com peça “Querida Helena Serguêievna”, ao lado da atriz Helena Varvaki, com direção de Isaac Bernart.

Leandro Soares
Autor e protagonista, do seriado “Morando Sozinho” do canal Multishow, produzido pela Conspiração Filmes. Atualmente é autor do siticom “Vai que Cola”, maior e mais importante projeto da grade do canal, que estreia em julho. Formando em Artes Cênicas Unirio. Foi aluno de profissionais da cena nacional e internacional como: Anatoli Vassiliev, Judith Malina, Jean-François Dusigne, Béatrice Picon-Vallin, Fabianna de Mello e Souza, Christiane Jatahy, Jefferson Miranda, Daniel Herz e Ana Achcar. Em teatro atuou em “O Rapto das Cebolinhas” e “A Menina e o Vento” com direção de Cacá Mourthé, “Um Trem para Brecht” com direção de Daniel Herz. Em televisão também atuou em “Natália” da TV Brasil, no infantil “Detetives do Prédio Azul”, do Gloob e em “A Rua Sem Vergonha”, série de Carolina Jabor e produção da Conspiração Filmes para o Canal Multishow. Em tradução já realizou os trabalhos: “A Fila”, de Israel Horovitz; “As Criadas”, de Jean Genet; “O Passarinho Verde”, de Carlo Gozzi; foi intérprete e assistente do professor Jean-François Dusigne no Brasil.

Pedro Tomé
Em 1988, participou do curso de Iniciação Teatral na PS 158, New York, onde esteve em cartaz com a peça “Peter Pan and Captain Hook”. No Tablado onde foi dirigido por Ricardo Kosovski e Leonardo Bricio. Fez parte do Workshop ministrado por Zé Celso Martinez Corrêa, Oficina Ateliê do Riso com Marcio Libar e do ECUM - Centro Internacional de Pesquisa Sobre a Formação em Artes Cênicas com Jurij Alschitz (AKT-ZENT / Berlin). Atuou nas peças: “Os Sem Vergonhas”, “Peter Pan”, “O Dragão Verde”, “Eu e os Meninos”, “Valentin”, e “Maroquinhas Fru-Fru”. Atualmente integra o elenco de “Elmiro Miranda Show”, série humorística do canal TBS com produção executiva de Heitor Dhalia - Paranoid Filmes.

Samuel Toledo
Ator e músico, iniciou sua carreira em Belo Horizonte com a peça "Comer ou não Comer, eis o Pirão", uma adaptação de "O Partirião" de Luiz Alberto de Abreu dirigido por Sergio Rezi. No Rio formou-se na CAL - Casa das Artes de Laranjeiras, atuou em "Alvodoamor" dirigido e escrito por João Fonseca e Vinicius Arneiro. Trabalhou como assistente de direção de Adriano Garib na peça "Tentativas contra a vida dela" de Martin Crimp. Como músico participou da peça "Marat-Sade", de Peter Weiss dirigida por Luiz Furlanetto, e na sua atual companhia, Probástica Companhia de Teatro, que em 2011 estreou seu primeiro espetáculo “[des]conhecidos”, ganhador do SEC e FATE. Trabalhou como diretor musical, músico e ator, em cartaz na Gamboa, Barteliê, Gláucio Gill e no Festival Cena Contemporânea de Brasília. Entre workshops e espetáculos, trabalhou com Adriano Garib, Julio Adrião, Jefferson Miranda, Cécil Thiré, Celina Sodré.

 atores: Leandro Castilho, Leandro Soares, João Pedro Zappa e George Sauma
foto: Dalton Valério

Sobre Oscar Wilde

Não há como falar em dândi sem pensar no mais iluminado e ferino representante desse modo de (com)portar-se diante da vida e da sociedade. Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde nasceu no ano de 1854 em Dublin, na Irlanda, e morreu em 1900, auto-exilado em Paris, com apenas 46 anos de idade, deixando poemas, romances, contos, ensaios e peças de teatro que compõem uma das mais brilhantes obras literárias da língua inglesa. Engenhoso dramaturgo e inspirado frasista, tornou-se, a partir de 1890, um dos mais populares dramaturgos atuantes em Londres.

Entre suas obras mais conhecidas estão o romance O retrado de Dorian Gray, as novelas O fantasma de Canterville, O crime do Lord Arthur Savile, o ensaio A alma do homem sob o socialismo, e –  escritos depois da grande crise de sua vida – o poema A balada do cárcere de Reading e o texto de introspecção De profundis. Do período de grande sucesso mundano, literário e profissional são as peças Salomé, O leque de Lady Windermere, Um marido ideal e, seu maior triunfo, A importância de ser Prudente, que assinala o auge de sua carreira como dramaturgo bem como o início da decadência de sua vida pública.

Vítima das contradições de sua época e da preconceituosa sociedade vitoriana do século XIX, Wilde teve sua reputação destruída e seu nome apagado dos círculos sociais em que tanto se destacara. Já incondicionalmente amado pelo público teatral londrino, considerando-se inatingível, Wilde moveu um processo de calúnia contra o Marquês de Queensberry, que o acusara de ser homossexual. Queensberry era pai de Lord Alfred Douglas, um jovem aristocrata com quem o escritor mantinha uma ligação amorosa. Embora fosse aceita segundo os padrões morais veladamente hipócritas vigentes na alta sociedade londrina, tal relação jamais poderia ter chegado às páginas dos jornais.

A iniciativa judicial de Wilde revelou-se desastrosa. O réu conseguiu “provar” nos tribunais o comportamento “reprovável” de Wilde: o processo voltou-se contra seu autor, que acabou condenado, por um crime semelhante ao que conhecemos como “atentado violento ao pudor” a dois anos de cárcere em regime de trabalhos forçados. O prestígio social e profissional de Wilde não suportou a exposição pública. No cárcere, escreveu De profundis, uma extensa e reflexiva carta endereçada a Alfred Douglas, e Balada do cárcere de Reading, poema inspirado na execução de um ex-militar do qual o autor foi testemunha na prisão. Esses dois escritos, de grande repercussão até hoje por seu valor humano e literário, coroam a obra de um dos artistas mais radicais de seu tempo, decerto vítima de sentimentos ditos homofóbicos que hoje em dia tanto se busca combater.

Banido de Londres, Wilde viveu em Paris até o fim de seus dias desde que saiu da cadeia. Seu túmulo é até hoje um dos mais visitados do cemitério Père Lachaise: todos os anos inúmeras marcas de batom são deixadas impressas na lápide por fãs em homenagem ao maior dândi que já desfilou por este planeta. 
 
fonte: assessoria de imprensa

Nenhum comentário:

Postar um comentário