Em sua pré-adolescência, entre os anos de 1961 e 1964, o músico inglês Peter Frampton faria parte de bandas incipientes como The Truebeats e The Preachers, as quais serviriam de laboratório para o guitarrista em formação.
Em 1966, então com dezesseis anos, Frampton ingressaria na The Herd, banda com a qual assinaria seu primeiro contrato como profissional, já no ano seguinte. O compacto de trabalho, lançado pela Fontana Records, receberia o título do álbum de estréia da banda: From the underworld. Apesar da curta carreira – dois anos e apenas três discos, a The Herd emplacaria as faixas Paradise lost e I don’t want our loving to die, fato que daria visibilidade ao jovem Frampton, eleito a face do rock em 1968.
Em 1969, Frampton se juntaria a Steve Marriot (egresso da Small Faces) para fundar a Humble Pie, banda que trabalharia inicialmente sob influência do blues, do folk e do rock, meio altamente favorável para que Frampton desenvolvesse o estilo que o consagraria na década seguinte.
A Humble Pie assinaria contrato com a A&M Records em 1970. Contudo, a gravadora conduziria a banda pela trilha do heavy rock, direção oposta a das pretensões de Frampton, que tendia a um repertório voltado para baladas. Insatisfeito, o guitarrista abandonaria a banda em 1971. Ironicamente, pouco depois da saída de Frampton, a música I don’t need no doctor alcançaria grande repercussão nos Estados Unidos e o disco ao vivo Performance – Rockin’ The Filmore, lançado naquele mesmo ano de 1971, daria alento decisivo à carreira da Humble Pie no mercado americano.
Mesmo sem banda, Frampton manteria seu contrato com a A&M Records, trabalhando como músico de estúdio para Harry Nilson e George Harrison – com quem já havia trabalhado, ao lado de Eric Clapton e Billy Preston, no terceiro álbum solo do ex-Beatle, All things must pass (1970). Foi esse trabalho de bastidores que acabaria por abrir caminho para a gravação do primeiro disco solo de Frampton, intitulado Wind of Change (1972). Com o relativo êxito desse álbum, o guitarrista colocaria os pés na estrada e ganharia fôlego para lançar o seguinte, Frampton’s Camel, em 1973 - o primeiro gravado nos Estados Unidos. Nesse disco, Frampton experimentaria o talk box - uma espécie de sintetizador de voz cujo efeito similar ao de uma guitarra se tornaria a marca de sua música, ao longo da década.
Em 1975, retirado em sua casa nas Bahamas, Frampton comporia, em uma mesma tarde, duas canções que dariam novo rumo à sua carreira: Show me the way e Baby I love your way. Ao retornar das férias, Frampton lançaria um álbum homônimo, ainda naquele ano. O disco Frampton ganharia um disco de ouro e manteria o artista na estrada, abrindo shows nos Estados Unidos para a J. Geils Band e o Black Sabbath, entre outros.
No ano seguinte, viria a consagração. Em San Francisco, Frampton gravaria uma apresentação em Winterland, conhecido reduto roqueiro por onde passaram famosos como Janis Joplin. O disco duplo Frampton comes alive! logo bateria recordes de execução e vendagem naquele ano - mais de um milhão de cópias só na semana de lançamento e cerca de treze milhões de cópias vendidas ao final do ano de 1976, somente nos Estados Unidos. É, até hoje, o disco ao vivo mais vendido da história do rock.
Frampton comes alive! inscreveria definitivamente o nome de Peter Frampton no rol das celebridades do rock, e permitiria a ele conquistar os prêmios personalidade do rock (Revista Billboard) e guitarrista do ano (Revista Rolling Stone), por dois anos consecutivos - no biênio 76/77.
Francisco Filardi
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