sexta-feira, 21 de novembro de 2025

ENTERREM MEU CORAÇÃO NA CURVA DO RIO: UM CAPÍTULO APAGADO DA HISTÓRIA

 
Esse livro, publicado em 1970, narra, de forma chocante, como o exército dos Estados Unidos invadiu terras e varreu do mapa, de forma sistemática, diversas etnias indígenas, como: comanche, sioux, cheyenne, apache, crow, shauness, navajos, kiowas, arapahos e outras.

Na pesquisa, que abrange o curto período de trinta anos - entre 1860 e 1890 - o autor Dee Brown relata os diversos encontros para tratados da paz (fracassados), entre representantes dos Casacos Azuis (militares do norte, participantes da Guerra de Secessão) e líderes indígenas.  Expõe também as mentiras, os massacres e a covardia dos invasores brancos, que trucidaram homens, mulheres e crianças de pele vermelha.  Parte desse cenário se deu no governo de Abraham Lincoln, 16º presidente dos Estados Unidos, em meio à Guerra Civil entre o norte abolicionista e o sul  do país escravocrata (1861 - 1865).

Figuras históricas como Pocahontas, Kit Karson, Touro Sentado, Cochise, Mangas Coloradas, Cavalo Louco e Nuvem Vermelha são citados como o retrato de uma época em que a discriminação e a marcha para o Oeste fizeram muitas vítimas, em nome do progresso.

Trata-se de obra indispensável para conhecermos o outro lado da história dos Estados Unidos.

1° de abril de 1866: o Congresso anula o veto do presidente à Lei de Direitos Civis e concede direitos iguais a todas as pessoas nascidas nos Estados Unidos (exceto aos índios).

"Esta guerra não surgiu aqui na nossa terra; esta guerra foi trazida até nós pelos filhos do Grande Pai (presidente) que vieram tomar nossa terra sem pedir preço e que, na nossa terra, fizeram muitas coisas más.  O Grande Pai e seus filhos culpam-nos por estes problemas...    Nossa vontade era viver aqui, na nossa terra, pacificamente, e fazer  o possível pelo bem-estar e prosperidade do nosso povo, mas o Grande Pai a encheu de soldados que só pensavam na nossa morte.  Alguns do nosso povo que saíram daqui de maneira a poder mudar alguma coisa, e outros que foram para o norte caçar, foram atacados pelos soldados dessa direção e, quando chegaram ao norte, foram atacados por soldados do outro lado, e agora, quando desejam voltar, os soldados se interpõem para impedi-los de voltar ao lar.  Parece-me que há um caminho melhor que esse.  Quando povos entram em choque, é melhor para ambos os lados reunirem-se sem armas e conversar sobre isso, e encontrar algum modo pacífico de resolver."

Sinte-Galeshka (Cauda Pintada), dos sioux brulés (p. 134). 

Quem trata do tema com muita propriedade é o historiador e gremista fanático Eduardo Bueno, no terceiro episódio de sua playlist Eu na história.   Para assisti-lo, copiem e colem em seu navegador o endereço: 

https://youtu.be/yRTxCZN9u0o?si=Gs3Nx8OZfDQIloWY

Editora: L&PM

456 p.

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