questionam o machismo estrutural na graphic novel Sessenta
Primaveras no Inverno, obra lançada no Brasil pela Editora Nemo
Sabe aquela sensação de viver
"encaixotado" por aquilo que a sociedade e a
família
impõem? Josy estava cansada disso. Enquanto sua família espera
que
ela saia do quarto para soprar as velas no dia em que
comemora 60 anos,
acontece uma surpresa: Josy anuncia que está
indo embora. Sua decisão deixa
marido, filhos e netos
perplexos. Com a mala pronta, Josy abandona o bolo
sobre a mesa,
entra em sua antiga Kombi e parte em busca de uma nova vida.
Assim
começa a narrativa de Sessenta primaveras no inverno, obra que é
fruto
da parceria entre a holandesa Aimée de Jongh e a francesa
Ingrid Chabbert.
Com os traços refinados e suaves de Jongh,
ilustrando com precisão a crise
que a personagem principal
enfrenta no roteiro de Chabbert, a HQ ganhou uma
edição
brasileira com publicação da Editora Nemo em março, mês em que
se
comemora, no dia 8, o Dia Internacional da Mulher.
ROMPENDO COM O MACHISMO ESTRUTURAL
A
obra apresenta uma perspectiva nova para a crise de idade, como algo
que
não é uma exclusividade masculina. Romper com o machismo
estrutural não
é uma tarefa fácil. Na graphic novel, a
própria Josy convive com dúvidas entre
a sensação de
liberdade e o sentimento de culpa. Enquanto sua família faz com
que
se sinta culpada, Josy encontra pessoas que valorizam a sua
liberdade.
Entre as pessoas que apoiam sua nova vida,
destacam-se a jovem Camélia, que
vive em um trailer com seu
filho Tom, de apenas oito meses, e também as
integrantes do
CVL, sigla para o Clube das Vilãs Livres, composto por mulheres
que
tomaram atitudes semelhantes. Dentro do CVL, Josy passa a ter
uma
relação afetiva com Christine, que a ajuda a romper a
inércia e o comodismo
de um casamento sem amor.
PAPEL
SOCIAL DA MULHER
Todos
os questionamentos que Josy enfrenta são comuns a pessoas
que
debatem o papel social da mulher. Pode ela, aos 60 anos,
ousar ter uma vida
livre de qualquer obrigação familiar? Josy
não encontra um caminho fácil para
responder suas
inquietações. Ao mesmo tempo em que busca escapar da
pressão
familiar, da qual não recebe apoio, ela precisa também superar a
crise
gerada pelo próprio sentimento de culpa.
fonte: Editora Nemo
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