segunda-feira, 3 de junho de 2019

MICHAEL JACKSON E A ESTRADA DE TIJOLOS AMARELOS


O livro The wonderful wizard of Oz, de L. Frank Baum, foi publicado em maio do ano de 1900 nos EUA pela George M. Hill Company e poucos imaginavam à época que este se tornaria um dos mais duradouros clássicos da literatura infanto-juvenil, recebendo várias edições, republicações e adaptações para o cinema e o teatro.

A história reúne quatro personagens que, a princípio, nada têm em comum: um espantalho, um homem de lata, um leão e a menina Dorothy Gale, que vive numa fazenda no interior do Texas. Eles partem por uma estrada de tijolos amarelos para encontrar um famoso Mágico, na estranha e colorida Terra de Oz, pois é ele quem pode oferecer-lhes o que desejam e necessitam.

O texto de Baum ganharia um auxílio de peso 39 anos após sua publicação devido a adaptação cinematográfica produzida pela MGM e dirigida por Victor Fleming. O ótimo elenco, formado por Judy Garland (aos 16 anos de idade, como Dorothy), Frank Morgan (Mágico de Oz), Ray Bolger (Espantalho), Bert Lahr (Leão), Jack Haley (Homem de Lata), Margaret Hamilton (Bruxa Malvada do Oeste) e outros, levou o filme a ser indicado ao Oscar em seis categorias, tendo conquistado os prêmios de Melhor Canção e de Melhor Trilha Sonora em 1940, além de ter concorrido à Palma de Ouro em Cannes no ano de seu lançamento.

Apesar do tímido resultado nas bilheterias, o filme de Fleming obteve reconhecimento tardio e hoje é referendado pelo American Film Institute (AFI) como o 10° dentre os 100 melhores filmes produzidos nos EUA, segundo pesquisa realizada com a participação de cerca de 1500 profissionais ligados à indústria cinematográfica. No site da mesma AFI, O mágico de Oz figura na 3ª posição da lista de melhores musicais de todos os tempos, sendo superado apenas por Cantando na chuva (1952) e Amor sublime amor (1961), nessa ordem.

A história de O mágico de Oz é tão especial que influenciou artistas como o cantor, compositor e performer Michael Jackson, a quem coube a tarefa de reviver o Espantalho em O mágico inesquecível (1978). O filme é uma releitura de ambientação urbana cujo roteiro, assinado por Joel Schumacher, foi inspirado num espetáculo teatral da Broadway de 1975. A produção coube à Motown Productions, em parceria com a Universal Pictures, e a direção a Sidney Lumet. Nessa que foi sua primeira experiência no cinema, Jackson contracenou com Diana Ross, Richard Pryor e Lena Horne, entre outros. Apesar do fracasso de público e de crítica, O mágico inesquecível recebeu quatro indicações ao Oscar: direção de arte, figurino, trilha sonora original e cenografia.

Mas a conexão entre Michael Jackson e O mágico de Oz não para por aí. No filme de 1939, Michael se inspira nos passos de dança do Homem de Lata (na cena em que Dorothy o convida para procurarem pelo famoso Mágico) para elaborar a coreografia do clipe de Smooth Criminal no filme Moonwalker, de 1988. 

 Apesar do desespero de Dorothy e do Espantalho, o Homem de Lata não caiu.

E Jackson também não.


Há quem diga que quem gosta de passado é Museu, mas é no passado que encontramos referências para muito do que vemos hoje, em produções artísticas. Tão importante e interessante quanto é o fato de artistas contemporâneos encontrarem formas criativas de preservar suas fontes de inspiração. E, a sua maneira, Michael Jackson contribuiu com talento para perpetuar O mágico de Oz no imaginário dos amantes da 7a. Arte.

P.S.: Em outra cena de Smooth criminal, no mesmo Moonwalker, os passos de Jackson seriam copiados por Mark Ronson e Bruno Mars, no clipe de Uptown funk (2014).

Smooth Criminal foi o ponto alto do filme Moonwalker



 E Bruno Mars fez a festa em Uptown Funk
Don't believe me, just watch!
(Francisco Filardi)

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