O livro The wonderful wizard of
Oz, de L. Frank Baum, foi publicado em maio do ano de 1900 nos EUA
pela George M. Hill Company e poucos imaginavam à época que este se
tornaria um dos mais duradouros clássicos da literatura
infanto-juvenil, recebendo várias edições, republicações e
adaptações para o cinema e o teatro.
A história reúne quatro personagens
que, a princípio, nada têm em comum: um espantalho, um homem de
lata, um leão e a menina Dorothy Gale, que vive numa fazenda no
interior do Texas. Eles partem por uma estrada de tijolos amarelos
para encontrar um famoso Mágico, na estranha e colorida Terra de Oz,
pois é ele quem pode oferecer-lhes o que desejam e necessitam.
O texto de Baum ganharia um auxílio
de peso 39 anos após sua publicação devido a adaptação
cinematográfica produzida pela MGM e dirigida por Victor Fleming. O
ótimo elenco, formado por Judy Garland (aos 16 anos de idade, como
Dorothy), Frank Morgan (Mágico de Oz), Ray Bolger (Espantalho), Bert
Lahr (Leão), Jack Haley (Homem de Lata), Margaret Hamilton (Bruxa
Malvada do Oeste) e outros, levou o filme a ser indicado ao Oscar em
seis categorias, tendo conquistado os prêmios de Melhor Canção e
de Melhor Trilha Sonora em 1940, além de ter concorrido à Palma de
Ouro em Cannes no ano de seu lançamento.
Apesar do tímido resultado nas
bilheterias, o filme de Fleming obteve reconhecimento tardio e hoje é
referendado pelo American Film Institute (AFI) como o 10° dentre os
100 melhores filmes produzidos nos EUA, segundo pesquisa realizada
com a participação de cerca de 1500 profissionais ligados à
indústria cinematográfica. No site da mesma AFI, O mágico de
Oz figura na 3ª posição da lista de melhores musicais de todos
os tempos, sendo superado apenas por Cantando na chuva (1952) e Amor sublime amor (1961), nessa ordem.
A história de O mágico de Oz é
tão especial que influenciou artistas como o cantor, compositor e
performer Michael Jackson, a quem coube a tarefa de reviver o
Espantalho em O mágico inesquecível (1978). O filme é uma
releitura de ambientação urbana cujo roteiro, assinado por Joel
Schumacher, foi inspirado num espetáculo teatral da Broadway de
1975. A produção coube à Motown Productions, em parceria com a
Universal Pictures, e a direção a Sidney Lumet. Nessa que foi sua
primeira experiência no cinema, Jackson contracenou com Diana Ross,
Richard Pryor e Lena Horne, entre outros. Apesar do fracasso de
público e de crítica, O mágico inesquecível recebeu quatro
indicações ao Oscar: direção de arte, figurino, trilha sonora
original e cenografia.
Mas a conexão entre Michael Jackson e O mágico de Oz não para por aí. No filme de 1939, Michael
se inspira nos passos de dança do Homem de Lata (na cena em que
Dorothy o convida para procurarem pelo famoso Mágico) para elaborar
a coreografia do clipe de Smooth Criminal no filme Moonwalker, de 1988.
Apesar do desespero de Dorothy e do Espantalho, o Homem de Lata não caiu.
E Jackson também não.
Há quem diga que quem gosta de
passado é Museu, mas é no passado que encontramos referências
para muito do que vemos hoje, em produções artísticas. Tão
importante e interessante quanto é o fato de artistas contemporâneos
encontrarem formas criativas de preservar suas fontes de inspiração.
E, a sua maneira, Michael Jackson contribuiu com talento para
perpetuar O mágico de Oz no imaginário dos amantes da 7a.
Arte.
P.S.: Em outra cena de Smooth
criminal, no mesmo Moonwalker, os passos de Jackson seriam
copiados por Mark Ronson e Bruno Mars, no clipe de Uptown funk
(2014).
Smooth Criminal foi o ponto alto do filme Moonwalker
E Bruno Mars fez a festa em Uptown Funk
Don't believe me, just watch!
Don't believe me, just watch!
(Francisco Filardi)
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