domingo, 29 de julho de 2018

QUEIMAR OU NÃO QUEIMAR: A REALIDADE POR TRÁS DE FARENHEIT 451



Existe mais de uma maneira de queimar um livro.  E o mundo está cheio de pessoas carregando fósforos acesos.  Cada minoria, seja ela batista, unitarista; irlandesa, italiana, octogenária, zen-budista; sionista, adventista-do-sétimo-dia; feminista, republicana; homossexual, do evangelho-quadrangular, acha que tem a vontade, o direito e o dever de esparramar o querosene e acender o pavio.  Cada editor estúpido que se considera fonte de toda literatura insossa, como um mingau sem gosto, lustra sua guilhotina e mira a nuca de qualquer autor que ouse falar mais alto que um sussurro ou escrever mais que uma rima de jardim de infância.

(Ray Bradbury, nos pós-posfácio de seu livro Farenheit 451, de 1953).

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