sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

EU ACREDITO

Eu acredito profundamente na força dos verdadeiros encontros, acredito nas complementaridades das relações, no espírito de cooperação, na riqueza das trocas entre culturas, entre gerações e entre categorias sociais diferentes. Nessa perspectiva, acredito em todos os esforços que possam favorecer o diálogo, a partilha e a circulação de saberes.

Os verdadeiros encontros humanos são como o cimento da construção da paz quando eles se tecem ao redor das questões fundamentais do respeito à vida, em toda a sua amplitude cósmica e tendo como horizonte a constituição de um legado de relações pacificadas para as gerações futuras. Ora, enquanto subsistirem no mundo as desigualdades e as injustiças que alimentam as rivalidades, os medos e a violência, não se pode falar de relações pacificadas. O que seria o terrorismo, hoje, senão um modo particularmente perverso de atacar os símbolos desse sistema opressor sem oferecer outra alternativa senão a morte e a destruição?

Hoje, os desafios são imensos e, mais do que nunca, torna-se urgente encontrar pistas viáveis Essas pistas existem, como filigranas, mas são pouco colocadas em evidência. Assim, mesmo que faixas significativas da população estejam em busca de sentido e de valores, o que circula, por força da publicidade e do reino do dinheiro, está conseguindo forjar uma cultura do "ter" em lugar da cultura do "ser". Mas, ao mesmo tempo e em muitos lugares, reconhecemos a existência de relacionamentos humanos respeitosos dos valores da vida e dignidade, de paridade e de responsabilidade. Testemunho disso são as inúmeras associações que defendem os direitos humanos, os direitos econômicos e sociais; as que lutam contra a tortura, as que trabalham por um desenvolvimento humano, movidas seja pela fé ou pelo sentido sagrado da vida.

Percebo, cada vez mais, a construção da paz por um caminho transversal que permite abordar todas as condições que tornem a paz possível e durável. De fato, para além de uma ausência de conflito armado, ou de violência mais ou menos cega, trata-se de estabelecer as regras de convivência entre os humanos e entre os humanos e o seu ambiente, de maneira a levar em conta todos os aspectos da vida e de sua valorização.

Sem dúvida, isso supõe um trabalho de cada um consigo mesmo, tanto quanto no interior dos coletivos atuantes, sobre as diferentes dimensões da vida em sociedade, sejam elas culturais, espirituais, sociais, econômicas, políticas ou psíquicas. Implica, portanto, comprometer-se desde agora e ousar construir projetos que considerem todas essas dimensões.

Nessa grande estrada, feita por todos, cada pedrinha cimentada é importante. Eu acredito.

Henryane de Chaponay

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