A prefeitura do Rio de Janeiro criou o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, sob a coordenação da Subsecretaria de Patrimônio Cultural, que institui tratamento diferenciado a um conjunto de locais marcantes para a valorização da memória da cultura afro-brasileira na região portuária da cidade.
O Cais do Valongo, construído no século XVIII, concentrou o comércio de escravos no início do século XIX a partir da transferência do mercado da Praça XV para a região. Tem importância social extraordinária e é um dos pontos de especial interesse no circuito. Com influência do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos dos Negros (Comdedine), as obras de reurbanização permitiram o resgate do sítio arqueológico que será transformado em monumento aberto, reivindicação do movimento negro.
Porta de entrada de pelo menos um milhão de africanos escravizados, que chegaram ao Brasil até 1831, o Cais do Valongo foi redescoberto nas obras do Porto Maravilha. Desde fevereiro de 2011, técnicos da Secretaria Municipal de Obras dividem o canteiro da Avenida Barão de Tefé com historiadores e arqueólogos supervisionados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A pesquisa chegou à fase final de escavação e passará por trabalho de curadoria e análise de material. Na área de dois mil metros quadrados já foram encontrados objetos da vida cotidiana das classes dominantes do império e dos negros escravizados. As peças estão armazenadas e serão expostas em um memorial com os achados mais significativos, também aberto ao público.
O Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana inclui o Cais do Valongo, o Jardim Suspenso do Valongo, a Pedra do Sal, o Largo do Depósito, o Instituto Pretos Novos e o Centro Cultural José Bonifácio, os quais serão transformados em áreas de visitação com informações para alunos de escolas municipais, privadas e visitantes.
fonte: prefeitura do Rio de Janeiro
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