terça-feira, 7 de janeiro de 2014

CASA DE CULTURA LAURA ALVIM, EM IPANEMA/RJ, RECEBE ESPETÁCULO DE ARTISTAS CURITIBANOS, EM "STAND UP DRAMA"


Stand Up Drama” reúne quatro peças dentro do projeto Multiprocessador, da Cia. Portátil.


Letícia Sabatella, Márjore Estiano, Alexandre Nero, Fabiula Nascimento, Katiuscia Canoro, Fernanda Machado, Leonardo Miggiorin são apenas alguns dos vários artistas que se formaram e iniciaram suas carreiras em Curitiba (PR) e saíram para conquistarem seu espaço no Rio de Janeiro. Todos esses nomes citados acima, ou trabalhou, ou assistiu a Cia Portátil de Curitiba. Conhecida por abrigar um dos mais respeitados festivais de teatro do país e por sua grande efervescência artística, Curitiba estará em destaque nos meses de janeiro e fevereiro no porão da Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema. Dirigida por Rafael Camargo, a Cia. Portátil apresentará quatro peças intituladas pelo grupo como “Stand up drama”, uma brincadeira com os stand up comedys que conquistaram o público de alguns anos para cá.
Stand Up Drama é a linguagem mote da mostra multi processador que acontece na casa de Cultura Laura Alvim em janeiro e fevereiro de 2014. O Teatro da inação, nomina esta pesquisa, a economia e a densidade forjam as interpretações, apenas o necessário no palco pulsa.
“Pessoalmente Fernando” Abre a mostra, Escrito pelo diretor e dramaturgo Edson Bueno, compila poemas e textos do grande poeta português Fernando Pessoa.
Encenado pelo premiado ator, diretor e dramaturgo Paranaense Rafael Camargo, o espetáculo propõe um Stand Up diferenciado, o drama é o foco. Reforçado pela trilha melancólica de Carlos Careqa recheada de Tom Waits, e uma versão inédita de “Ladeira da memória” cantada por Chico Buarque.
“A Anta de Copacabana”  texto e direção de Rafael Camargo, encenada por Adriano Petermann, trata-se de uma metáfora de questões existenciais, narra a angustia de um morador imaginário do universo de Copacabana, reminiscente a Nelson Rodrigues, Clarice Lispector e invisíveis moradores de rua.
Um loop especialmente composto para o espetáculo, utiliza a seguinte frase de Nelson Rodrigues,” Foi o que lucrei com a minha doença, com esta certeza, a Alma é imortal.”
Com esta certeza trabalha este grupo de artistas que trabalha sem lei de incentivo e  patrocínios, trazendo pesquisa, diversão e arte. Bebendo em Paulo Leminski pensam eles:” Distraídos Venceremos”.
O terceiro espetáculo da mostra, “Dona MacBeth”, Com os atores: Amandha Lee, Joelson Medeiros, Stella Maris Moreira, e Zeca Cenovicz, trás o espírito de Lady MacBeth como fonte de inspiração. Neste ensaio do dramaturgo e diretor Rafael Camargo, utilizou fragmentos de falas reinventadas da personagem criada por Wiliam Shakespeare e textos originais sobrepostos, desenhando um caminho de diferentes proporções e olhares sobre pessoas, escolhas, desejos, a natureza humana e o acaso. 
- Vamos fazer praticamente uma ocupação curitibana no verão carioca para apresentarmos o trabalho de muita gente talentosa de Curitiba e de alguns novos parceiros que conhecemos aqui no Rio e em São Paulo que é o caso de Carlos Careqa, um “Catarina” que fez carreira em Curitiba e a mais de 10 anos mora em São Paulo . Temos muitos amigos que atualmente moram no Rio e São Paulo que já passaram pela companhia”, conta Adriano Petermann, que além de ator e diretor é um dos organizadores do projeto.

A estreia acontece dia 10 de janeiro com a peça Pessoalmente Fernando, uma adaptação de poemas de Fernando Pessoa feita por Edson Bueno e apresentada e dirigida por Rafael Camargo. Ainda serão apresentados os monólogos A Anta de Copacabana (tex. E dir. Rafael Camargo com Adriano Petermann), Dona Macbeth (Texto e direção Rafael Camargo, com Amandha Lee, Joelson Medeiros, Zeca Cenovicz e Stella Maris Moreira). Dentro do projeto Multiprocessador ainda acontecerá o pocket show “O Passado é um fósforo queimado”, com a cantora Ana Cláudia Decker e o compositor Márcio Mattana.

- Morei durante dez anos no Rio e tenho um carinho muito grande por essa cidade. Realizar o Projeto Multiprocessador e participar dos “Stand up Dramas” feito pela Cia. Portátil de Curitiba, aqui no Rio de Janeiro, é uma forma de retribuir aos cariocas um pouco do que eu aprendi com eles.”, diz Rafael Camargo.


Pessoalmente Fernando

Texto: Edson Bueno – Adaptado dos poemas de Fernando Pessoa
Direção: Rafael Camargo
Com Rafael Camargo
Temporada: 10/01 a 02/02 – Sexta, sábado e domingo às 18h30
Valor: R$ 30,00 (inteira)
Classificação: 14 anos.
Duração: 40 min. 
Local: Casa de Cultura Laura Alvim – Espaço Rogério Cardoso. Avenida Vieira Souto, 176 – Ipanema.

Suave adaptação do dramaturgo Paranaense Edson Bueno sobre a obra de Fernando Pessoa. A alma de "Pessoalmente Fernando" nasceu dos textos de Fernando Pessoa e de seus heterônimos (Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos). É um espetáculo minimalista, pequeno e delicado, que mostra a relação visceral  que o escritor teve com a vida. Memórias presentes. Fernando precisa retornar a casa em que viveu sua infância e onde despertou seu olhar para a poesia. O lugar agora é um retrato de sua própria solidão existencial. Não queria estar ali, mas está. Não gostaria de lembrar o passado, mas a presença da construção abandonada o obriga. Em um golpe do destino, sua própria poesia, palavra e imaginação trazem, na forma de criação literária, personagens mortos e de pura invenção para um reencontro com o passado e uma reflexão lúdica com o próprio presente. O texto tem como tônica a solidão do personagem, que foge de uma vida medíocre para outra e não consegue se livrar da mediocridade interior. A peça relata ainda a história de um homem que só conseguia se comunicar com o mundo por meio de algo que ele inventou para fugir dele mesmo.  


A Anta de Copacabana 
 
Texto e direção: Rafael Camargo
Com Adriano Petermann
Temporada: 17/01 a 23/02 - Sexta, sábado e domingo às 21h30
Valor: R$ 30,00 (inteira)
Classificação: 14 anos.
Duração: 40 min. 
Local: Casa de Cultura Laura Alvim – Espaço Rogério Cardoso. Avenida Vieira Souto, 176 – Ipanema.

A Anta de Copacabana , Tantã e o Guarda Noturno, fazem parte de uma trilogia sobre a solidão, “loucura”, a existência e sua condição.O dramaturgo  Rafael Camargo expõe o trágico e o bizarro humano nessa empreitada. O texto discorre sobre a bela,  mágica, e por vezes triste  passagem que se chama viver, se deparando com pequenas e simples questões, mas que miseravelmente não se tem respostas. É uma espécie de divertimento sádico, um prazer humano, que acha graça da própria ferida; tentando quem sabe, exorcizar estes fantasmas que rondam por toda a vida e por toda a morte, talvez.A Anta de Copacabana fala sobre o surto. Como uma criança a loucura quebra  regras,  convenções e desvela a  estúpida hipocrisia do cotidiano. Obcecado pelo tão carismático bairro do Rio, Copacabana, aprisionado em sua existência, o morador do bairro vive num emaranhado de lembranças e divagações, a espera de um sinal que o liberte. Um tanto de filosofia, delírio, poesia e agressividade pontuam o discurso, permeando o universo  assustador e mágico que é a loucura, a vida e a morte. Uma metáfora sobre nossas prisões, sobre a falta de coragem de mudar, de partir.  Um comentário poético sobre o apego que é viver.   Este texto estreou em 99 no Rio de Janeiro, ficou em cartaz no teatro Casa Grande, em 2000 São Paulo no Sesc consolação, 2001 abriu o festival nacional de Cachoeiro do Itapemirim, 2002 foi destaque do fringe no festival de Curitiba, 2003 festival de inverno da UFPR em Antonina,  e temporada em Curitiba no Teatro Cleon Jaques.      


Dona Macbeth

Texto e direção: Rafael Camargo
Com Amandha Lee, Joelson Medeiros, Zeca Cenovicz e Stella Maris Moreira
Temporada: 24/01 a 23/02 - Sexta, sábado e domingo às 20h
Valor: R$ 30,00 (inteira)
Classificação: 14 anos.
Duração: 50 min. 
Local: Casa de Cultura Laura Alvim – Espaço Rogério Cardoso. Avenida Vieira Souto, 176 – Ipanema.

O espírito de Lady MacBeth, personagem criado por William Shakespeare, pulsa como entidade e inspiração neste ensaio do dramaturgo e diretor Rafael Camargo. Paixões, ambições desmedidas, assassinatos, tragédias e escolhas por vezes sombrias e nem sempre legítimas ou acertadas, constroem um fotograma de conflitos humanos e sua busca por algum tipo de saída. 
 
A força da vida, da sobrevivência, da existência, das convivências, dos amores e desamores, constroem o pano de fundo para uma reflexão sobre o homem, as conquistas, o poder e seu preço. 
 
Fragmentos de falas reinventadas de Lady MacBeth e textos originais, sobrepostos, desenham o caminho de diferentes proporções e olhares, sobre pessoas, escolhas, desejos, a natureza e o acaso. 
 
O sobrenatural, representado por seres espectrais místicos, num insistente bordão - por mais contraditório que possa parecer - nada mais é que uma busca de racionalidade, de um tipo de consciência, de uma moral, ou simplesmente de uma ética mínima. O extraordinário criado pelo homem para orientá-lo. 
 
Ainda que caminhando a aparentes passos largos, em jatos supersônicos, engatinhando parece estar o homem, bem longe de uma ideia de humanidade solidária e serena como deseja a frágil e ingênua utopia do autor.


Modesta Proposta para evitar que as crianças do Rio de Janeiro sejam um fardo para seus pais ou para sua cidade.

Texto: Jonathan Swift
Traduzido e adaptado por Fabio Salvatti
Direção: Adriano Pertermann
Com Carlos Carega e Stella Maris Moreira
Temporada: 14/01 a 23/02 - Sexta, sábado e domingo às 18h30
Valor: R$ 30,00 (inteira)
Classificação: 14 anos.
Duração: 40 min. 
Local: Casa de Cultura Laura Alvim – Espaço Rogério Cardoso. Avenida Vieira Souto, 176 – Ipanema.

Na Irlanda de 1729, obviamente, os meios de produção, os objetos de consumo e a realidade cotidiana eram bastante diversos daqueles com os quais convivemos hoje, no Brasil contemporâneo. No entanto, a miséria das ruas da Dublin de então infelizmente coincide com a das grandes cidades brasileiras. 
 
Militante político, o escritor Jonathan Swift (famoso por As viagens de Gulliver), indignado com a penúria da sociedade irlandesa, escreveu naquele ano um breve ensaio, chamado A Modest Proposal for Preventing the Children of Ireland from Being a Burden to their Parents or Country. Nele, Swift lançava mão da ironia, recurso que dominava com maestria. Sua “modesta proposta” tinha um caráter de eugenia social: através de uma proposição radicalmente grotesca, buscava atentar para a necessidade de uma eficaz modificação na estrutura da sociedade irlandesa.

Tanto a infeliz recorrência da situação de penúria quanto a infeliz plausibilidade da irônica proposta de Swift são as justificativas que suportam a idéia de adaptar para a nossa cena o ensaio do escritor irlandês, nascido em 1667 e falecido em 1745.

A presente encenação relocaliza a Modesta Proposta na cidade do Rio de Janeiro, com sua especificidade contemporânea. Aproveitando o viés da ironia, a única figura em cena (não podemos falar em personagem) é uma mendiga grávida que aproveita o tempo do seu discurso para preparar um suculento bife, a ser comido numa luxuosa mesa posta.


Pocket show “O Passado é um fósforo queimado

Data: 7, 8 e 9 de fevereiro às 18h
Valor: R$ 30,00 (inteira)
Classificação: 14 anos.
Duração: 90 min. 
Local: Casa de Cultura Laura Alvim – Espaço Rogério Cardoso. Avenida Vieira Souto, 176 – Ipanema.

O público poderá conferir a performance dos músicos e compositores Márcio Mattana e Ana Cláudia Decker no show “O passado é um fósforo queimado”. O espetáculo é centrado em canções populares de Márcio Mattana e outros compositores Curitibanos contemporâneos, entre eles Troy Rossilho, Octavio Camargo, Adriano Petermann, Ana Cláudia Decker, Thadeu Wojciechowski e Luiz Felipe Leprevost. No programa, sambas, emboladas, blues, valsas e toadas, entremeados por prosa e poesia dos mesmos autores. Sobe o palco, a cantora Ana Cláudia Decker (voz e percussão) e o compositor Márcio Mattana (voz, violão) juntam-se a eles algumas participações especiais, como por exemplo Guilherme Winter e Adriano Petermann cantando uma canção inédita composta pelos dois, já confirmados.



SOBRE A CIA. PORTÁTIL 
 
Desde a fundação do grupo, em 2000, o elenco da Cia. Portátil vem apostando em ser co-autor de sua própria dramaturgia. A vontade de falar sobre temas da atualidade e de construir uma linguagem de teatro popular para os tempos de hoje são os principais motivos desta escolha, que já gerou trabalhos de sucesso. 
 
Em dezembro de 2000 estreamos o espetáculo “As Fabulosas” com texto e direção de Rafael Camargo, no Mini-Guaíra. Com grande sucesso de público e críticas, nos tornamos a sensação do Fringe na edição 2001 do Festival de Teatro de Curitiba. Sendo assim, fomos convidados, em 2002, a integrar a Mostra Contemporânea do Festival de Teatro de Curitiba daquele ano, com o espetáculo “Lingüiça no Campo” texto coletivo improvisado pelo grupo e direção de Rafael Camargo. Logo depois em 2003/2004, administramos durante 18 meses a Residência Cultural no bairro do Rebouças denominada “Multiprocessador” onde desenvolvíamos pesquisa, diversão e arte para toda a comunidade curitibana, mas principalmente as comunidades mais próximas como o próprio bairro do Rebouças e Vila Pinto. Oferecendo oficinas de arte, filmes, livros, teatro, música e muita celebração. O Resultado de tudo isso se transformou em um espetáculo. Surgiu então, “Preta-Porquê” texto coletivo improvisado pelo grupo e direção de Rafael Camargo, entrando para o repertório da Companhia. Ocupamos também em 2003, o Teatro Cleon Jaques com “Lingüiça no Campo” e “As Fabulosas” e mais dois monólogos dirigidos por Rafael Camargo, “A Anta de Copacabana” e “As Sete Cartas de Sofia”. Permanecendo quase três meses em temporada, oferecendo teatro com o repertório de uma Companhia quase que diariamente a preços populares. Levamos também “As Fabulosas” para São Paulo, Festivais do Sul do País e junto com “Preta-Porquê” em 2004 para a cidade do Rio de Janeiro. Em 2004 ainda participamos do evento de Leituras Dramáticas do Teatro Guaíra “Amigos dos amigos” com a leitura do texto “Elizaveta Ban do dramaturgo russo Danil Charms e direção de Márcio Mattana. Em 2005 participamos, na cidade do Rio de Janeiro, do Mercadão Cultural realizado no Teatro Carlos Gomes com o esquete cômico “Café Andaluz” de Alejandro Calderer. Em 2010 realizamos uma espécie de junção da Velha Guarda e demos início ao Coletivo Portátil do Theatro de Alumínio, com o espetáculo Amoradores de Rua (2010). Depois fizemos com o Coletivo Portátil, End e Uma entre Mil Histórias de Amor (2011), O Buraco da Fechadura (2012) E agora Rafael Camargo e o Coletivo Portátil do Theatro de Alumínio está em cartaz em Curitiba no Teatro Novelas Curitibanas com Cronópios da Cosmopista – um antimusical psicodélico. Em 2013 A Cia. Portátil também realizou em Curitiba o espetáculo Zequinha Pop com a primeira direção profissional de Andréa Obrecht. 

fonte: assessoria de imprensa 

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