quinta-feira, 20 de abril de 2023

TEMA DA EMANCIPAÇÃO FEMININA É ABORDADO EM QUADRINHOS DA EDITORA NEMO

                                 A quadrinista Aimée de Jongh e a roteirista Ingrid Chabbert
                                      questionam o machismo estrutural na graphic novel Sessenta
                               Primaveras no Inverno, obra lançada no Brasil pela Editora Nemo


Sabe aquela sensação de viver "encaixotado" por aquilo que a sociedade e a
família impõem? Josy estava cansada disso. Enquanto sua família espera que
ela saia do quarto para soprar as velas no dia em que comemora 60 anos,
acontece uma surpresa: Josy anuncia que está indo embora. Sua decisão deixa
marido, filhos e netos perplexos. Com a mala pronta, Josy abandona o bolo
sobre a mesa, entra em sua antiga Kombi e parte em busca de uma nova vida.
Assim começa a narrativa de Sessenta primaveras no inverno, obra que é fruto
da parceria entre a holandesa Aimée de Jongh e a francesa Ingrid Chabbert.
Com os traços refinados e suaves de Jongh, ilustrando com precisão a crise
que a personagem principal enfrenta no roteiro de Chabbert, a HQ ganhou uma
edição brasileira com publicação da Editora Nemo em março, mês em que se
comemora, no dia 8, o Dia Internacional da Mulher.


ROMPENDO COM O MACHISMO ESTRUTURAL


A obra apresenta uma perspectiva nova para a crise de idade, como algo que
não é uma exclusividade masculina. Romper com o machismo estrutural não
é uma tarefa fácil. Na graphic novel, a própria Josy convive com dúvidas entre
a sensação de liberdade e o sentimento de culpa. Enquanto sua família faz com
que se sinta culpada, Josy encontra pessoas que valorizam a sua liberdade.
Entre as pessoas que apoiam sua nova vida, destacam-se a jovem Camélia, que
vive em um trailer com seu filho Tom, de apenas oito meses, e também as
integrantes do CVL, sigla para o Clube das Vilãs Livres, composto por mulheres
que tomaram atitudes semelhantes. Dentro do CVL, Josy passa a ter uma
relação afetiva com Christine, que a ajuda a romper a inércia e o comodismo
de um casamento sem amor.


PAPEL SOCIAL DA MULHER

Todos os questionamentos que Josy enfrenta são comuns a pessoas que
debatem o papel social da mulher. Pode ela, aos 60 anos, ousar ter uma vida
livre de qualquer obrigação familiar? Josy não encontra um caminho fácil para
responder suas inquietações. Ao mesmo tempo em que busca escapar da
pressão familiar, da qual não recebe apoio, ela precisa também superar a crise
gerada pelo próprio sentimento de culpa.

 

fonte: Editora Nemo

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