Orientações
sobre o Zika vírus, conforme recomendações do Ministério da Saúde
e da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz
O
que é a zika?
É
uma doença viral aguda assim como a dengue e a chikungunya,
transmitida principalmente por mosquitos, tais como
Aedes
aegypti. Apresenta
evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem
espontaneamente após 3 a 7 dias.
Quais
são os principais sinais e sintomas?
Dengue,
chikungunya e zika são transmitidas pelo mesmo vetor, o mosquito
Aedes
aegypti. E, embora
zika, chikungunya e dengue apresentem sinais clinicamente parecidos,
como febre, dores de cabeça, dores nas articulações, enjoo e
exantema (rash cutâneo ou manchas vermelhas pelo corpo), há alguns
sintomas marcantes que as diferem. A principal manifestação clínica
de chikungunya, por exemplo, são as fortes dores nas articulações:
a artralgia. Essa artralgia pode se manifestar em todas as
articulações, mas, em especial, nas dos pés e das mãos, como
dedos, tornozelos e pulsos. Na chikungunya, essas dores são
decorrentes de um processo inflamatório nas articulações e podem
ser acompanhadas de edemas e rigidez.
Também
é possível haver esse tipo de dores na dengue e no zika, mas a
diferença está, segundo especialistas, na intensidade da dor.
Enquanto o paciente com dengue ou zika pode apresentar dores de leves
a moderadas, o paciente infectado com chikungunya apresenta dores de
nível elevado, tendo como consequência a redução da produtividade
e da qualidade de vida.
Com
relação à febre, dengue e chikungunya são marcadas pela febre
alta, geralmente acima de 39°C e de início imediato. Já os
pacientes de zika apresentam febre baixa ou, muitas vezes, nem
apresentam febre. Os sintomas relacionados ao vírus zika costumam se
manifestar de maneira branda e o paciente pode, inclusive, estar
infectado e não apresentar qualquer sintoma. Mas uma manifestação
clínica que pode aparecer logo nas primeiras 24 horas e é
considerada uma marca da doença é o rash cutâneo e o prurido, ou
seja, manchas vermelhas na pele que provocam intensa coceira. Há,
inclusive, relatos de pacientes que têm dificuldade para dormir por
conta da intensidade dessas coceiras.
Outro
sintoma que pode servir nos diagnósticos clínicos dessas doenças é
a vermelhidão nos olhos. Enquanto a dengue provoca dores nos olhos,
o paciente infectado com zika ou chikungunya pode apresentar olhos
vermelhos, com uma conjuntivite sem secreção.
Recentemente
foi observada uma possível correlação entre a infecção por zika
e a ocorrência de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) em locais com
circulação simultânea do vírus da dengue, porém não confirmada
a correlação.
Quadro
comparativo:
Como
evitar e quais as medidas de prevenção e controle?
As
medidas de prevenção e controle são semelhantes às da dengue e da
chikungunya. Não existem medidas de controle específicas
direcionadas ao homem, uma vez que não há vacina ou drogas
antivirais.
Prevenção
domiciliar
Deve-se
reduzir a densidade vetorial, por meio da eliminação da
possibilidade de contato entre mosquitos e água armazenada em
qualquer tipo de depósito, mantendo-se os reservatórios ou qualquer
local que possa acumular água totalmente cobertos. Em caso de alerta
ou de elevado risco de transmissão, a proteção individual por meio
do uso de repelentes deve ser implementada. Individualmente pode-se
utilizar roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia,
quando os mosquitos são mais ativos. Essas roupas podem proporcionar
alguma proteção contra as picadas dos mosquitos e podem
ser adotadas principalmente durante surtos, além do uso de
repelentes na pele exposta.
Prevenção
na comunidade
Na
comunidade deve-se basear nos métodos realizados para o controle da
dengue, utilizando-se estratégias eficazes para reduzir a densidade
de mosquitos vetores, eliminando-se possíveis focos/criadouros em
água parada.
O
Ministério da Saúde lançou, recentemente, a campanha nacional de
combate ao mosquito Aedes
aegypti, que chama a
atenção para importância da limpeza para eliminação dos focos do
mosquito da dengue. A campanha tem como slogan “Sábado da faxina.
Não dê folga para o mosquito da dengue”. Também haverá campanha
informativa para gestantes e mulheres em idade fértil, página na
internet e aplicativo de celular com informações sobre microcefalia
e vírus zika.
Como
denunciar os focos do mosquito?
As
ações de controle são semelhantes aos da dengue, portanto
coordenadas principalmente para a esfera municipal. Quando o foco do
mosquito é detectado e não pode ser eliminado pelos moradores de um
determinado local a Secretaria Municipal de Saúde deve ser acionada.
O
que é a microcefalia?
A
microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação
congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada.
Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que
o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.
Quais
as causas desta condição?
Essa
malformação congênita pode ser efeito de uma série de fatores de
diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos
(infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
Já
há confirmação que o aumento de casos de microcefalia no Brasil é
causado pelo vírus zika?
O
Ministério da Saúde confirmou no sábado (28/11/15) a relação entre
o vírus zika e o surto de microcefalia na região Nordeste.
É
possível detectar a microcefalia no pré-natal? Apenas a
ultrassonografia é suficiente?
Sim.
No entanto, somente o médico que está acompanhando a grávida
poderá indicar o método de imagem mais adequado.
Neste
momento, qual é a recomendação do Ministério da Saúde para as
gestantes?
Neste
momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem
medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que
façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta
fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer
alteração que perceberem durante a gestação. Também é
importante que elas reforcem as medidas de prevenção ao mosquito
Aedes aegypti,
com o uso de repelentes indicados para o período de gestação, uso
de roupas de manga comprida e todas as outras medidas para evitar o
contato com mosquitos, além de evitar o acúmulo de água parada em
casa ou no trabalho.
Independente
do destino ou motivo, toda grávida deve consultar o seu médico
antes de viajar.
Por
tratar-se de uma doença recente e que ainda não foi suficientemente
estudada pelos pesquisadores, irão surgir muitas dúvidas e
perguntas, bem como boatos e informações desencontradas,
especialmente nas mídias sociais.
É
importante, num momento como este, que busquemos as informações de
fontes seguras e confiáveis.
Recomendamos
a consulta a Agência Fiocruz de Notícias para as últimas
informações.
http://www.fiocruz.br/agencia://agencia.fiocruz.br, além dos canais oficiais da Fundação:
Twitter https://twitter.com/fiocruz
fonte: TRE-RJ
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