Com dramaturgia de Sérgio Roveri e
direção de José Roberto Jardim, Aberdeen – Um possível Kurt
Cobain revela a fragilidade do líder do Nirvana
foto: divulgação
Após temporada de sucesso em São Paulo, a
peça Aberdeen – Um possível Kurt Cobain chega ao Rio de
Janeiro para curta temporada, até 3 de março, no
Espaço Sesc, em Copacabana. O espetáculo se passa ao longo dos três
dias em que o músico foi dado como desaparecido – até seu corpo
ser encontrado na estufa da mansão de Seattle, nos Estados Unidos,
onde vivia. Em uma conversa com Boddah, um amigo imaginário que
tinha na infância, o líder da banda Nirvana discorre sobre temas
como a música, a família, o abuso de drogas e a solidão, evitando
os relatos de sucesso e os bastidores da fama.
À frente do Nirvana, uma das bandas de
maior sucesso do início dos anos 90, o guitarrista e vocalista Kurt
Cobain (1967-1994) alcançou projeção planetária por meio de uma
combinação infalível de talento, carisma, rebeldia e propensão ao
exagero. Da camisa xadrez de flanela ao cabelo comprido e
desgrenhado, da voz rouca e pouco trabalhada aos imprevisíveis
ataques de melancolia, dos versos poderosos à postura camicase, não
houve nada nele que não tivesse reverberado em milhões de jovens ao
redor do mundo. O som que saía de sua guitarra e de sua garganta
mudou os rumos da música com apenas um disco: o ainda insuperável
Nevermind.
Longe dos holofotes, no entanto, o jovem
nascido numa cidade de lenhadores na costa oeste dos Estados Unidos
era frágil, solitário e autodestrutivo, um rapaz que, apesar do
sucesso, parecia não encontrar seu caminho. É deste lado humano e
inquietante de Kurt Cobain que se ocupa o espetáculo, escrito pelo
jornalista e dramaturgo Sérgio Roveri.
O monólogo, que tem direção do ator José
Roberto Jardim, é interpretado pelo ator Nicolas Trevijano (da série
“Nove milímetros” e das peças “A tempestade”, “O
casamento suspeitoso” e “A coleira de Bóris”),
idealizador do projeto. “Depois de participar de várias peças com
elenco numeroso, senti que havia chegado a hora de fazer o meu
primeiro monólogo”, diz Trevijano. “E a figura de Kurt Cobain
sempre me atraiu. Embora ele tenha morrido aos 27 anos, sempre
acreditei que as angústias, dúvidas e inquietações que ele tinha
acompanham cada um de nós, qualquer que seja a nossa idade”.
Aberdeen – Um possível Kurt Cobain
não é um musical e muito menos um espetáculo biográfico. O
dramaturgo Sérgio Roveri não se preocupou em passar a limpo a vida
do músico, em relato cronológico. “Nossa intenção nunca foi a
de simplesmente contar a vida dele”, diz Roveri. “Procuramos, por
meio da liberdade que a ficção oferece, viajar pela mente do
músico. Imaginamos o que ele poderia ter dito diante de determinadas
situações e, a partir disso, criamos um Kurt Cobain ao mesmo tempo
particular e múltiplo”.
O espetáculo marca a estreia na direção
do ator José Roberto Jardim, integrante da companhia Os Fofos
Encenam. “A exemplo do que ocorreu no texto, eu procurei evitar
qualquer referência à imagem glamourosa de Kurt Cobain”, diz
Jardim. “Em cena, o ator se movimenta ao lado do público, em um
relato próximo e confessional, às vezes quase num sussurro. Eu acho
que o espetáculo promove uma viagem não ao sucesso de Kurt Cobain,
mas ao interior da sua mente”.
Serviço
Espaço Sesc (Sala Multiuso)
Rua Domingos
Ferreira, 160 - Copacabana. Tel.: (21)2547-0156
Temporada: de 21/2 a 3/3/2013
Quinta a sábado, 20h. Domingo, 18h.
Funcionamento da bilheteria: terça a
domingo, 15h às 21h.
Vendas antecipadas no local.
Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (jovens
até 21 anos, maiores de 60 anos, estudantes e classe artística), R$
5 (associados Sesc Rio)
Classificação: 14 anos
fonte: SESC Rio
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