quarta-feira, 23 de junho de 2021

PREFEITURA DO RIO CLASSIFICA CINE ROXY EM COPACABANA COMO BEM IMATERIAL DA CIDADE

A Prefeitura do Rio de Janeiro publicou no Diário Oficial do Município, de 17/06/2021, que o Cinema Roxy, situado em Copacabana, está listado como bem imaterial da cidade e, portanto, ainda que seja vendido o espaço não poderá ser utilizado para natureza diversa.

Na publicação consta que a Prefeitura classificou o Roxy como marco referencial tanto da cultura cinematográfica quanto da arquitetura e engenharia modernas. Isto significa que a decisão garante poder de veto a eventual tentativa de alteração do ramo do negócio. 

fonte: Prefeitura do Rio de Janeiro

terça-feira, 15 de junho de 2021

FALHAS NA RESPOSTA À COVID-19 LEVAM BRASIL A CATÁSTROFE HUMANITÁRIA


O texto a seguir foi transcrito, na íntegra, do site Médicos sem Fronteiras


15/04/2021
Recusa em implementar ações coordenadas e efetivas contra a pandemia resulta em escalada de mortes evitáveis

Mais de um ano desde o início da epidemia de COVID-19 no Brasil, ainda não foi colocada em prática por parte do poder público uma resposta efetiva, centralizada e coordenada à doença. A falta de vontade política de reagir de maneira adequada à emergência sanitária está causando a morte de milhares de brasileiros.

Médicos Sem Fronteiras (MSF) faz um apelo urgente às autoridades brasileiras para que reconheçam a gravidade da crise e coloquem em marcha uma resposta centralizada e coordenada para impedir que continuem ocorrendo mortes que podem ser evitadas.

Na semana passada, 11% do total de novos casos e 26,2% das mortes ocorridas no período em todo o mundo aconteceram no Brasil. No dia 8 de abril, foram registradas em um único período de 24 horas 4.249 mortes e 86.652 casos de COVID-19. Estas cifras estarrecedoras são um indicativo claro da falta de habilidade das autoridades em lidar com a crise humanitária e de saúde que atinge o país e do seu fracasso em proteger os brasileiros, especialmente os mais vulneráveis, do vírus.


“Medidas de saúde pública se transformaram em tema de disputa política no Brasil”, afirma o Dr. Christos Christou, presidente internacional de MSF. “A consequência disso é que ações de política pública com fundamento científico são vinculadas a posicionamentos políticos, em vez de estarem associadas à necessidade de proteger indivíduos e suas comunidades da COVID-19.”

“O governo federal praticamente se recusou a adotar diretrizes de saúde pública de alcance amplo e com base em evidências científicas, deixando às dedicadas equipes médicas a tarefa de cuidar dos mais doentes em unidades de terapia intensiva, tendo que improvisar soluções na falta de disponibilidade de leitos”, continua o Dr. Christou. “Isto colocou o Brasil em um estado de luto permanente e o sistema de saúde do país à beira do colapso.”


“A resposta à COVID-19 no Brasil tem de começar na comunidade, não na UTI”, disse Meinie Nicolai, diretora-geral de MSF. “Não apenas suprimentos médicos, como oxigênio, sedativos e equipamentos de proteção, têm de chegar onde são necessários, mas o uso de máscaras, o distanciamento físico, medidas de higiene e restrições a atividades não essenciais e à movimentação devem ser promovidas e implementadas no nível da comunidade, de acordo com a situação epidemiológica de cada região.”

“As orientações para o tratamento da COVID-19 têm de ser atualizadas para que reflitam as pesquisas médicas mais recentes. Testes rápidos de antígeno devem estar amplamente disponíveis para facilitar tanto a assistência aos pacientes como o controle da epidemia”, afirma Nicolai.

Na semana passada, unidades de terapia intensiva (UTIs) estavam com ocupação acima de 90% em 19 das 27 capitais brasileiras.¹  Em hospitais de várias regiões há escassez tanto de oxigênio, necessário no tratamento de pacientes em estado grave e crítico, quanto de sedativos, essenciais para intubação de doentes em estado crítico.

Como resultado desta situação, nossas equipes viram pacientes que teriam tido chance de sobrevivência ficarem sem acesso a cuidados adequados de saúde.

“A devastação que as equipes de MSF testemunharam pela primeira vez no Amazonas se tornou a realidade na maioria do território brasileiro”, diz Pierre Van Heddegem, coordenador de emergência de MSF no Brasil. “A falta de planejamento e coordenação entre as autoridades federais de saúde e suas contrapartes nos estados e municípios está tendo consequências de vida ou morte.”

“Não apenas pacientes estão morrendo sem acesso a cuidados de saúde, mas o pessoal médico está exausto e sofrendo graves traumas psicológicos e emocionais devido às condições de trabalho”, afirmou Van Heddegem.

Uma limitação adicional é a pouca oferta local de profissionais de saúde. Apesar disso, médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior não podem trabalhar com atendimento a pacientes no Brasil.

Alimentando o ciclo de doença e morte no Brasil está o grande volume de desinformação que circula pelas comunidades do país. Uso de máscaras, distanciamento físico e restrição de movimentos e de atividades não essenciais são rejeitados e politizados. Além disso, medicamentos como a hidroxicloroquina (usada geralmente contra malária) e ivermectina (um vermífugo) são apregoados por políticos como panaceia e receitados por alguns médicos tanto como profilaxia quanto como tratamento para a COVID-19.


Outro problema do Brasil é o ritmo da vacinação, aquém do que seria desejável. Em 2009, o país conseguiu vacinar 92 milhões de pessoas contra a gripe H1N1 em apenas três meses, enquanto que a velocidade atual é menor. Até agora, cerca de 11% da população recebeu ao menos uma dose da vacina e menos de 4% tomaram a segunda dose. Isto significa que milhões de vidas no Brasil, e também além de suas fronteiras, estão em risco devido às mais de 90 variantes do vírus que estão atualmente em circulação no país, assim como novas variantes que podem surgir.  

“As autoridades brasileiras têm acompanhado o avanço sem freios da COVID-19 durante todo o último ano”, diz o Dr Christou. “A recusa em colocar em prática medidas de saúde pública baseadas em evidências científicas resultou na morte prematura de muitas pessoas. A resposta à pandemia precisa urgentemente de um recomeço, baseado em conhecimentos científicos e bem coordenado, para evitar mais mortes desnecessárias e a destruição de um sistema de saúde conceituado e prestigiado.”


¹  FioCruz https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/boletim_covid_semana_14_2021.pdf

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MSF realizou pela primeira vez atividades no Brasil em 1991, inicialmente trabalhando para controlar uma epidemia de cólera e um surto de malária.  Em abril de 2020, nossas atividades relacionadas à COVID-19 começaram com assistência à população em situação de rua em São Paulo. Desde então, equipes de MSF já trabalharam em oito estados brasileiros e apoiaram mais de 50 instalações de saúde, dando prioridade à assistência a populações vulneráveis. Com o avanço da pandemia, o foco foi expandido para apoiar sistemas de saúde frágeis e que não têm capacidade para prover assistência ao grande número de brasileiros que estão adoecendo e morrendo de COVID-19. Atualmente estamos dando suporte a serviços locais de saúde no cuidado a pacientes de COVID-19 nos estados de Rondônia, Roraima e Amazonas.

NO RIO DE JANEIRO, AGORA É LEI: AGRESSORES DE ANIMAIS TERÃO QUE CUSTEAR DESPESAS VETERINÁRIAS

A Prefeitura do Rio de Janeiro informa que está em vigor, a partir de 01/06/2021, a Lei Ordinária n° 6.926 que obriga os agressores de animais a custear todas as despesas, diretas e derivadas, com assistência veterinária, decorrentes da agressão. A obrigação do infrator se estende ao ressarcimento à Administração Pública Municipal dos custos referentes aos serviços públicos de saúde veterinária prestados ao animal agredido.


O texto, de autoria do vereador Marcos Paulo (PSOL), ajuda a inibir a violência contra animais na cidade. O parlamentar crê que, além de educar e conscientizar, o Estado deve impor sanções (criminais, inclusive) àqueles que não respeitarem a dignidade animal.

Além de sancionar a medida protetiva, a Prefeitura criou o serviço gratuito SAMUVET - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Veterinária, para resgate de animais que se acidentarem em vias públicas. A solicitação de atendimento, nestes casos, deverá ser solicitada pelo número 1746 e o resgate se dará em veículos adaptados para emergências. O destino dos animais resgatados será o Instituto Municipal de Veterinária Jorge Vaitsman, situado na Av. Bartolomeu de Gusmão, n° 1120 – Mangueira – Rio de Janeiro/RJ – Tel: (21)3872-6080.

Intervalo apoia a causa e destaca que desde o início da pandemia o número de animais domésticos (cães e gatos) abandonados nas ruas elevou-se de forma expressiva.


Denuncie maus tratos a animais:

- Disque 1746 (Prefeitura do Rio de Janeiro);

- Disque Denúncia: 2253-1177;

- Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente: 2202-0066.


Segue o texto integral da Lei sancionada:


LEI Nº 6.926, DE 31 DE MAIO DE 2021.

Determina que os agressores que cometerem o crime de maus-tratos arquem com as despesas do tratamento do animal agredido, na forma que menciona.


Autor: Vereador Dr. Marcos Paulo.

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO.

Faço saber que a Câmara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte LEI:

Art. 1º Fica determinado que, nos crimes de maus-tratos cometidos, no âmbito do Município do Rio de Janeiro, as despesas de assistência veterinária e demais gastos decorrentes da agressão serão de responsabilidade do agressor, na forma do Código Civil.

Art. 2º O agressor ficará obrigado, inclusive, a ressarcir a Administração Pública Municipal de todos os custos relativos aos serviços públicos de saúde veterinária prestados para o total tratamento do animal.

Parágrafo único. O ressarcimento de que trata este artigo não substitui as sanções aplicadas da LEI nº 6.435, de 27 de dezembro de 2018.

Art. 3º Esta LEI entra em vigor na data de sua publicação.

EDUARDO PAES


fonte: Prefeitura do Rio de Janeiro

quarta-feira, 9 de junho de 2021

O TRISTE FIM DO ROXY, UM DOS TRADICIONAIS CINEMAS DE RUA DO RIO DE JANEIRO

 

Um dos últimos cinemas de rua em atividade no Rio de Janeiro encerrou suas atividades, em definitivo.  O tradicional Roxy, situado na esquina da avenida Nossa Senhora de Copacabana e rua Bolívar, na zona sul da cidade, é mais uma vítima da crise econômica ocasionada pela pandemia do corona vírus.

O Roxy já havia fechado em fevereiro de 2020, quando do início da proliferação da doença; voltou a abrir as portas em outubro do mesmo ano, mas tornou a fechar em dezembro.  O tradicional cinema, inaugurado em 03/09/1938, era frequentado basicamente por idosos (faixa etária de grande concentração no bairro de Copacabana), justo a parcela da população mais afetada pela covid.  O afastamento do público foi um dos fatores determinantes para o fechamento de suas três salas.

O imóvel, em art déco, é tombado pelo Patrimônio Histórico desde 2003 e era um dos últimos "palácios" do cinema na cidade.