sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O PERIGO IMINENTE


Fato: Em maio de 2009 começam rumores sobre a “nuvem cibernética”, um tipo de “backup” em que o arquivamento de dados não se dá no computador pessoal do usuário, mas em um servidor específico que permite o acesso a esses dados de qualquer computador conectado à internet; 

Fato: Entre maio e julho de 2009 a Microsoft rastreou na internet computadores de uso pessoal com Windows XP e instalou, sem o consentimento dos usuários, um microprograma chamado WGA que, logo na inicialização da máquina, solicitava a legalização do Windows por meio de um link inserido no programa, caso a cópia do Sistema Operacional fosse a não autorizada;

Fato: Em junho de 2009 a Microsoft anunciou, sob o título provisório de “Project Natal”, uma nova forma de interação do usuário com o console de videogame fabricado pela empresa, o Xbox360. O “Project Natal” é um aparelho que, conectado ao console, escaneia o espaço físico e permite ao sistema a identificação do perfil biométrico do jogador;

Fato: Em julho de 2009 a Amazon.com apagou arbitrariamente dos aparelhos “Kindle” (“e-books” ou livros eletrônicos fabricados pela própria Amazon), já adquiridos por usuários, os livros “1984” e “A revolução dos bichos”, ambos de George Orwell. Embora Jeff Bezos, CEO (Chief Executive Officer) da Amazon.com, tenha-se desculpado publicamente, a atitude causou um tremendo arranhão à imagem da empresa;

Fato: Nas eleições de 2008, os municípios de Fátima do Sul/MS, Colorado do Oeste/RO e São João Batista/SC foram pioneiros no uso de urnas com identificação biométrica do eleitorado. A previsão é de que em, no máximo dez anos, todos os municípios brasileiros utilizem essa tecnologia.

O que esses fatos têm em comum? 


 
Eric Arthur Blair escreveu, em 1948, um de seus livros mais instigantes. Neste, criou uma sociedade totalmente controlada pelo Estado, onde o direito à privacidade era aniquilado por um regime ditatorial. Todos os cidadãos eram permanentemente vigiados num espaço onde a mente livre era considerada crime. A opressão absoluta era a cruel expressão do poder pelo poder. E a esse mecanismo de patrulhamento ideológico deu-se o nome de “Grande Irmão” (Big Brother). 


 
George Orwell não era tão somente um opositor ferrenho dos regimes totalitários. Era um visionário. “1984” foi publicado há exatos 60 anos (1949) e projetava uma sociedade caótica dominada pela cultura do medo e da desconfiança. O mesmo medo e desconfiança com que devemos analisar o conjunto de fatos acima descritos. 


 
Que leitura podemos fazer acerca desses “sinais”?

E ela [a besta] põe a todas as pessoas sob compulsão, pequenos e grandes, e ricos e pobres, e livres e escravos, para que dêem a estes uma marca na sua mão direita ou na sua testa, e para que ninguém possa comprar ou vender exceto aquele que tiver a marca, o nome da fera ou o número do seu nome. Aqui está a sabedoria: Quem tiver inteligência calcule o número da fera, pois é número de homem; e o seu número é seiscentos e sessenta e seis”.

Esta passagem, transcrita do Livro das Revelações, ou o Apocalipse de João, último livro do Novo Testamento, descreve uma nova ordem mundial cujo cenário encontra paralelo na sociedade hodierna. 


 
Nestes tempos em que se populariza a miniaturização eletrônica (chips) e proliferam-se os fanáticos ortodoxos (fatalistas), difícil é identificar quem ou o quê é a “besta” bíblica. Mas é fato que as escolhas políticas e econômicas da humanidade nas últimas décadas indicam uma tendência ao totalitarismo descrito por Orwell. Se você, leitor, acha exagero, responda o seguinte:

  • Que razão nos leva a confiar dados pessoais e documentos à “nuvem cibernética”, se podemos mantê-los em nossos computadores pessoais (os terabytes de capacidade nos atuais Hds não nos serão suficientes)?

  • Por que empresas como Microsoft, Google, IBM, Amazon, Apple e HP, entre outras, montam extensos bancos de dados de usuários, incluindo sites que visitam frequentemente e seus hábitos de consumo? Que outras informações essas empresas coletam?

  • Qual o verdadeiro intuito por trás da radical decisão da Amazon.com? E por que a decisão envolveu justamente as duas obras mais polêmicas de Orwell?

  • O que rola nos bastidores do “Project Natal” da Microsoft? De que maneira a empresa utiliza os perfis biométricos dos usuários? Será tão somente para um “videogame”? Ou essas informações são negociadas para finalidade diversa?

  • A identificação biométrica está aí para garantir a segurança de quem? Nossa ou do “sistema”? O que há por trás dessa suposta “segurança”? A criação de um “Grande Irmão”, à semelhança de Orwell? Por que o “sistema” deseja nos “conhecer”?

  • Ao navegar na internet, você pode garantir que seus dados pessoais sensíveis estão 100% seguros? Por que são desenvolvidos tantos “malwares” (vírus, cavalos-de-tróia, bots, spywares, worms etc)? Apenas para danificar computadores? Apenas para furtar senhas e números de cartões? Apenas para furtar identidades? Ou para saber detalhadamente quem você é?

  • O que as empresas sabem a seu respeito? Você está ciente de que seu nome, endereço, e-mail e telefones já circulam livremente na grande rede? 



     
  • Para que você acha que serve o Orkut (e similares)? Apenas para localizar e “brincar” com seus amiguinhos?


     
Pois bem. Há pessoas que afirmam não fazer compras pela internet porque têm medo de disponibilizar o número de seus cartões de crédito na rede. Trata-se de uma grande tolice, porque todos os anos essas mesmas pessoas fornecem, por meio digital, dados pessoais ainda mais significativos que meros números de cartões de crédito: suas declarações de imposto de renda. E ainda que esses dados sejam encaminhados à Receita pelos bancos federais, de que maneira os receptores manipulam esses dados? Para quem os repassam? 


 
Como podem perceber, a questão é complexa. O fato é que “nuvem cibernética”, “Project Natal”, coleta de informações pessoais, identificação biométrica, invasão de privacidade e de propriedade, todos esses elementos são expressões manifestas do “Big Brother” de Orwell na sociedade atual. 


 
Com a evolução da tecnologia, num futuro próximo não haverá lugar no planeta onde possamos nos esconder. Se você acha que isso é coisa de ficção científica, lembre-se de que há 60 anos os textos de George Orwell eram considerados ficção. Uma ficção que a tecnologia transformou em realidade.

Francisco Filardi

sábado, 19 de setembro de 2009

IBM VENDE MICROS RECONDICIONADOS

Se você não tem grana para comprar um micro novo, vale dar uma espiada no site da IBM, que oferece desktops ThinkCentre com diversas configurações e monitores a preços acessíveis com garantia de 90 dias. Todas as informações estão disponíveis no site IBM SALDÃO.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

RECEITA FEDERAL PERMITE REGULARIZAÇÃO DE PENDÊNCIAS DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA PELA INTERNET

Se você caiu na malha fina, talvez não seja necessário esperar de dois a três anos pela carta da Receita para a regularização de pendências na declaração do seu imposto de renda. Esse tormento pode ser abreviado com a criação de um serviço que possibilita a regularização de pendências pelo próprio contribuinte na declaração de pessoas físicas.
O novo extrato da declaração, verificável por código de acesso ou certificação digital, detalha as pendências e dá as dicas do necessário para regularizá-las. O serviço permite também acompanhar o pagamento do imposto devido (para aqueles que têm imposto a pagar), alterar o número de cotas, identificar problemas no depósito da restituição e outras situações.
A ferramenta está disponível em Receita Federal. No lado direito da tela, há um menu. Procure por "Extrato da DIRPF" e siga as instruções para a obtenção do código de acesso e demais procedimentos.

sábado, 12 de setembro de 2009

BIENAL DO LIVRO... SEM SURPRESAS

A XIV Bienal Internacional do Livro começou na última quinta-feira, dia 10/09, sem novidades em sua estrutura. Os estandes, de modo geral, estão simples, sem o requinte de outras edições.

Notamos também a ausência de algumas editoras, como a Irmãos Vitalle, especializada em livros musicais, da Fábrica de Livros do SENAI Artes Gráficas-RJ, com seu trabalho de impressão por demanda, e também da Conrad, tradicional no segmento de quadrinhos.

De modo geral, os preços dos livros para adultos não compensam o passeio, pois seguem o tabelamento. Há um desconto no valor do ingresso (R$12,00 a inteira ou R$6,00 a meia) ou do estacionamento (R$12,00), para compras acima de R$50,00 no mesmo estande, desde que este seja participante da promoção.

Já para a turminha miúda, várias editoras oferecem livrinhos abaixo de R$10,00. A Editora Globo, que nesta edição do evento divulga o trabalho do cartunista Ziraldo, lança 22 livros infantis. Para quem gosta de Monteiro Lobato, a editora oferece “Caçadas de Pedrinho” a apenas R$4,50.

E por falar em novidades, a FTD enriquece a Bienal com uma série de livros voltada ao público infanto-juvenil e autores do calibre de Sylvia Orthof com "A Rainha Rabiscada”, Walcyr Carrasco com sua adaptação para o clássico “A Megera Domada”, de William Sheakspeare, e também a fantástica Ana Maria Machado com a edição renovada de “Palavras, Palavrinhas & Palavrões”.

Já a Comix aposta nas edições antigas de suas revistas em quadrinhos, para zerar o estoque (encalhe) e agradar os colecionadores.

A Bienal do Livro segue até o próximo dia 20/09. Informações sobre o evento estão disponíveis no site BIENAL DO LIVRO.

Francisco Filardi

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

PROFESSORES E PECADOS


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Ao longo de minha vida acadêmica, tive vários professores: os bons, os muito bons, os excelentes, os hilários, os extraordinários, e também os ordinários, os intratáveis, os cretinos, os antipáticos, os ruins, os péssimos e os sem cotação (a lista de predicados é longa, mas estes me bastam). Mas sem cotação mesmo é a declaração de quem, logo no primeiro dia de aulas, dispara: - "Não dou dez para ninguém!".

Essa forma de “apego”, como se a nota máxima fosse de propriedade privada, assemelha-se à malcriação de moleque birrento, mimado, egoísta. É provável que o professor “apegado”, orgulhoso e cheio de si, tenha sido um aluno medíocre na carreira – o qual, jamais tendo conquistado um dez e valendo-se da sua condição “superior”, acha-se no direito de "descontar" a sua inaptidão no corpo discente, atitude essa rasteira e igualmente medíocre; é provável que esse professor desconheça a soberba como um dos pecados originais e também que o distanciamento entre professor e alunos não traz benefício a qualquer das partes – ao contrário, desperta sentimentos nocivos nestes como o ódio (outro pecado) e o desinteresse; é provável também que esse professor esteja no lugar errado, vários são ocupantes de cargos em privilegiados escalões da esfera pública - o que reduziria o exercício do magistério a mera "complementação de renda". Há também os casos extremos de professores que não se encontram no pleno gozo (com o perdão do trocadilho) de suas faculdades sexuais (a coisa sobe para a cabeça), assim como há os de má índole, os sádicos por natureza e os em estado permanente de TPM; ou seja, os enfermos crônicos.

A nota, elemento de mensuração nas avaliações escolares e acadêmicas, deve corresponder ao princípio da meritocracia. Se o aluno demonstra (ou não) disciplina, aplicação, vontade e curiosidade pelo saber, nada mais justo que nota compatível com seu esforço (ou falta de) lhe seja atribuída. Competência e capacidade não são (não deveriam ser) ofensivas. E boa nota não é favor. É decorrência natural de trabalho e aprendizado.

O dez, em especial, deve valer a glória de ambos, professor e aluno, pelo atingimento de metas, pela comunhão de interesses, pela superação das adversidades, pela satisfação do dever cumprido. E não um mero instrumento de sentimentos indomados (como a vaidade e o orgulho) de profissionais que não sabem ou não conseguem superar seus traumas ou conviver com as próprias limitações.

Francisco Filardi

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

DETRAN ALTERA CARTILHA

O recado é importante para os motoristas que pretendem renovar suas carteiras de habilitação. O Detran alterou o conteúdo de sua Cartilha para Renovação da CNH, incluindo noções de conhecimento sobre o funcionamento do veículo.
As novas orientações, lançadas em julho/2009, podem ser baixadas gratuitamente da página do DETRAN
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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

TREs NÃO ACEITAM CNH E PASSAPORTE

Conforme decisão proferida pelo Ministro Felix Fischer, Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral, nos autos do Processo n° 10.697/2009, a partir do último mês de agosto os TREs deixaram de aceitar a Carteira Nacional de Habilitação (por não conter informação sobre a nacionalidade) e também o Passaporte (porque no novo modelo não constam os dados da filiação), como comprovação de identidade para requerimentos de título de eleitor (operações de alistamento, revisão, transferência ou 2a. via).
Para requerer o título, consulte a documentação necessária junto ao Cartório Eleitoral mais próximo de sua residência.